10 dicas para proteger crianças e adolescentes no uso de redes sociais

O caso do pai que marcou o flagrante de um sargento que assediava seu filho pelas redes sociais, em Fortaleza, na terça-feira (19), reacendeu o alerta sobre a segurança de crianças e adolescentes nas redes sociais.

“Se o pai optou por dar tecnologia na mão do filho, ele tem obrigação de zelar pela sua segurança, tem que orientar e ensinar para que essa criança saiba tomar a decisão correta. Os pais não vão conseguir fazer essa proteção full time, a gente tem que fazer o nosso melhor, explicar ao máximo para evitar incidentes”, pontua a advogada e pedagoga Cristina Sleiman, sócia da Peck Sleiman Edu e conselheira jurídica do Istart, instituto que orienta sobre ética digital nas famílias e nas escolas.

“É muito uma questão de transparência entre pais e filhos”, destaca o coordenador dos cursos de tecnologia da informação da UniFanor, Germano Sena.

Confira as dicas apontadas pelos especialistas:

1. Filtre o que seu filho acessa

Até que seu filho tenha 18 anos, os pais são os responsáveis pelo que ele faz. Por isso, controlar sua vida virtual não é invasão de privacidade, mas uma obrigação.

Germano Sena: “O celular que dou à minha filha tem o chamado ‘modo criança’. Quando ele é ativado, o pai recebe a mensagem do que o filho tem instalado no celular”.

Cristina Sleiman: “Há aplicativo de controle parental. Os pais devem fazer uma busca na internet. Existem vários e é uma questão de fazer uma pesquisa e verificar a funcionalidade de cada um”.

2. Mostre exemplos do perigo através de notícias

Germano Sena: “Há na internet exemplos de situação de pedofilia em que tudo começou por conversas nas redes sociais. É importante compartilhar exemplos para eles entenderem o cenário em que estão envolvidos”

3. Estabeleça regras para o uso de celulares e computadores

Cristina Sleiman: “A primeira questão é ter regras, independentemente da idade, porque os pais dão o celular cada vez mais cedo para os filhos. (Os pais devem dizer ao filho): ‘você pode ter o celular, mas você tem horário para utilizar, tem local’. Aconselho a não deixar o filho pequeno sair para casa de amiguinho e levar o celular, descer no prédio com o celular”.

4. Tenha as senhas que seu filho usa na internet

Germano Sena: “O pai deve olhar o celular dos filhos e ver as mensagens trocadas”.

5. Bloqueie sites e conteúdos a partir de palavras-chave e acompanhe o histórico de navegação

Germano Sena: “No computador, você pode acessar a página do navegador e bloquear site que tem palavras tipo “sexo”, “diversão adulta”. O mais importante é que os pais, além disso, vejam onde os filhos têm navegado pelo histórico de navegação”.

6. Observe o comportamento da criança

Cristina: “Quando os problemas envolvem pedofilia, às vezes não se observa no início, demora um pouco até que os pais ou algum familiar perceba. A criança começa a demonstrar alteração de comportamento, fica mais tímida, introspectiva, começa a ter impacto negativo na escola… Isso acontece quando chega ao nível já de um pedófilo pedir ‘nudes’, ameaçar essa criança… Por isso vou sempre mencionar a questão da educação digital”.

7. Ensine seu filho a usar a internet.

Acompanhe e indique os comportamentos corretos, como não colocar fotos sensuais online, não revelar informações pessoais, não dar as senhas para ninguém e não combinar encontros com estranhos.

8. Instale o computador em uma área de movimento da casa. 

9. Com frequência, digite em um buscador o nome do seu filho e veja tudo o que aparece relacionado a ele, inclusive imagens.

10. Se achar qualquer conteúdo suspeito em históricos ou buscas, chame seu filho para uma conversa e fale claramente sobre os riscos que ele corre com esses comportamentos.

Outros perigos

Cristina reforça que crianças e adolescentes estão expostas a outros perigos além da pedofilia. “Apesar de esse ser mais grave, temos também a influência negativa de ‘youtubers’, conteúdos inapropriados… A questão é ser vigilante”, afirma.

O ideal é, portanto, explicar aos filhos, desde cedo, que na internet todos estão sujeitos aos mesmos problemas do mundo real. Que o que cai na rede chega a muitas pessoas e não tem volta. Assim, mesmo quando ele usar a internet fora de casa, saberá como agir.

Denúncias

Através da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a Polícia Civil do Ceará orienta que os pais tenham controle sobre os perfis de seus filhos, no caso das redes sociais, e vinculem a conta a um e-mail que os responsáveis tenham acesso.

Sobre a denúncia, a Polícia Civil esclarece que o Boletim de Ocorrência (BO), por onde as apurações iniciam, pode ser registrado em qualquer delegacia da Polícia Civil.

Depois disso, as investigações serão transferidas para a Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca).

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