Após derrota, governo Temer retalia traidor e avalia ultimato ao PSDB

Um dia depois da derrota do governo na Comissão de Assuntos Sociais(CAS) do Senado, os governistas que votaram contra a reforma trabalhista já começam a sentir a pressão. De um lado, o peemedebista Hélio José (DF) teve dois de seus indicados exonerados. No caso do tucano Eduardo Amorim (SE), o voto contra se refletiu em tensão acirrada entre PSDB e Planalto. A votação escancarou a insatisfação dentro do PMDB e a fragilidade da relação com os tucanos.

Secretário-geral da Presidência, Moreira Franco pressiona tucanos sobre apoio ao governo Temer
Secretário-geral da Presidência, Moreira Franco pressiona tucanos sobre apoio ao governo Temer

“Acho que o governo está para o que der e vier. Eles enlouqueceram. Pegar um senador da República e retaliar com duas indicaçõezinhas não é justo. Não é um governo correto”, protestou o senador Hélio José, que usou a tribuna para criticar o governo. Ele admitiu ter sido influenciado pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que tem se posicionado repetidamente contra as reformas trabalhista e da Previdência.
Hélio disse ainda que se sentiu ameaçado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá. “Não dá para ser coagido, chantageado, por causa de posto no governo”, completou. Ele chamou o governo de “podre” e sugeriu que deveria renunciar.
O clima também pesou entre líderes peemedebistas e tucanos por causa do voto de Amorim. O parlamentar sergipano faz parte da ala do PSDB que quer o desembarque do governo. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, reagiu à traição do partido da base.“O PSDB diz que tem dúvidas em relação ao governo, mas que está absolutamente compromissado com as reformas. Não foi esse o comportamento político que vimos”, disse na terça o ministro.
Representando outros peemedebistas, ele defendeu ainda que a saída do PSDB pode ser benéfica porque abriria cargos para outros partidos e formaria uma base mais sólida. Moreira Franco minimizou a importância dos tucanos para base. Mas o presidente Michel Temer e o ministro Antônio Imbassahy estariam tentando manter a aliança.
Em resposta, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), culpou a falta de articulação. Ele criticou Temer por ter levado em viagem a Rússia o líder Paulo Bauer (PSDB-SC) e Imbassahy, do PSDB. Ambos tinham poder de negociação, mas estavam ausentes. “Poderiam resolver o problema do PMDB também né? O Otto também votou contra porque o senador Petecão se ausentou e ele votou no lugar. Quem fez isso? Deve ter sido um fantasma”, disse. (com Agência Estado)

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