Bienal Internacional de Dança do Ceará festeja 20 anos de existência e chega a 11ª edição

Em 1997 a Bienal de Dança do Ceará realizava sua primeira edição. Naquele momento não havia ainda a percepção clara de que essa iniciativa seria um divisor de águas na história da dança cearense. Em 2017, a Bienal Internacional de Dança do Ceará celebra 20 anos de existência e chega à sua 11ª edição. Será de 19 a 29 de outubro com programação em Fortaleza e mais seis cidades cearenses, somando 25 companhias locais, nove nacionais e nove de mais sete países.
Com toda a programação gratuita, a XI Bienal de Dança acontece em Sobral (19 a 22/10), Fortaleza (20 a 29/10), Paracuru (20 e 21/10), Trairí (20 e 21/10), Aquiraz (21 e 22/10), Juazeiro do Norte (25 e 26/10) e Itapipoca (27 e 28/10). Em Fortaleza, leva espetáculos ao Theatro José de Alencar, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Cineteatro São Luiz, Sesc Iracema, Centro Cultural Bom Jardim, Praça dos Leões e Centro Cultural Banco do Nordeste. No total, são mais de 60 atrações de dança e música, das quais, cerca de 45 de dança, somando aproximadamente 80 apresentações artísticas de bailarinos, companhias, DJs e músicos.
Resultado de imagem para Bienal Internacional de Dança do Ceará festeja 20 anos de existência e chega a 11ª edição
NOITE DE ABERTURA EM SOBRAL E FORTALEZA
A programação começa em Sobral, no dia 19 de outubro, quinta-feira, com Edisca apresentando Religare, às 21h, em palco montado na Praça São João. Lançado em 2015, este é o 11º e mais recente trabalho da escola, fundada em 1991 pela coreógrafa Dora Andrade. Em 2012 a Edisca recebeu a Ordem do Mérito Cultural, maior comenda da Cultura do país, concedida pelo Governo Federal. Dora e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes, serão homenageados pela Bienal na noite de abertura na cidade.
Em Fortaleza, a Bienal volta ao Theatro José de Alencar depois de dois anos em outros espaços, com abertura oficial desta edição na sexta-feira, 20, a partir das 21h. No Palco Principal, a Cia Dita, do Ceará, abre a cena com dois solos: A cadeirinha e eu, uma criação de Fauller a partir da obra homônima da coreógrafa cearense Silvia Moura, e A morte do Cisne, com a bailarina Wilemara Barros.
De volta à Bienal, a São Paulo Companhia de Dança traz para a noite de abertura desta edição em Fortaleza dois trabalhos. Um deles é 14’20’’ (2002), coreografia e produção do checo Jirí Kylián. É um extrato de sua obra 27’52´´, cujo título refere-se à duração do espetáculo. A companhia também interpreta Pássaro de Fogo (2010), coreografia, palco e figurino do alemão Marco Goecke, que criou este pas de deux para a música de Stravinsky – composta para o balé de Michel Fokine (1880-1942), The Firebird, estreado em 1910 – na ocasião dos 100 anos da obra, durante o Holland Dance Festival (2010).
As homenagens na noite de abertura em Fortaleza vão para o bailarino e coreógrafo cearense Cláudio Bernardo, residente na Bélgica, Dora Andrade e o secretário da Cultura do Ceará, Fabiano Piúba. E festejando os 20 anos da primeira edição, a programação da noite de abertura em Sobral e Fortaleza termina com festa e o forró da cantora Eliane e o DJ Guga de Castro, na Praça do Teatro São João na quinta-feira, 19, e no Jardim do Theatro José de Alencar, na sexta-feira, dia 20. E em Fortaleza, depois do show de Eliane, a festa continua com o melhor do rap francês, Dadoo.
A XI Bienal Internacional de Dança do Ceará – 20 anos é apresentada pelo Ministério da Cultura, Petrobras, Enel e Secretaria da Cultura do Estado do Ceará. Patrocínio: Petrobras, Banco do Nordeste e M. Dias Branco. Apoio Cultural: Governo do Estado do Ceará, Prefeitura de Sobral através da Secretaria da Cultura, Juventude, Esporte e Lazer-SEJEL e do Instituto ECOA, Prefeitura de Paracuru, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Meio Ambiente, e Prefeitura de Aquiraz, através da Secretaria da Cultura. Apoio institucional: Embaixada da França, Instituto Francês, TransArte, Consulado da França no Brasil em Recife, SESC-CE, Instituto Goethe, Governo do Estado do Paraná, Governo do Estado da Bahia e Governo do Estado de São Paulo. Parceria: Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Quitanda das Artes e Prodança. Realização: Proarte, Indústria da Dança, Theatro São João, Theatro José de Alencar, Cineteatro São Luiz, Porto Iracema das Artes, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, CCBJ e CCBN.
AS ATRAÇÕES
Nesta edição comemorativa, a Bienal apresenta companhias e bailarinos do Brasil, Noruega, Suécia, França, Alemanha, Canadá, Congo, Bélgica e Argentina. Entre os nomes internacionais, a Bienal recebe a companhia belga As Palavras, que apresenta Giovanni’s Club, coreografia de Cláudio Bernardo, diretor da companhia, que entra em cena no solo Só20, sobre sua carreira.
A Bienal também apresenta a cia Wee, da Noruega, do coreógrafo Italiano Francesco Scavetta, com Strangely EnoughAction at a Distance / Vanessa Goodman, do Canadá, com ContainerFaustin Linyekula – Studios Kabalo, da República Democrática do Congo, de volta à Bienal, dessa vez com Le CargoLuis Garay, da Argentina, também de volta ao Ceará, dessa vez com Daimón. Da França, a Bienal conta com a Cie Fêtes Galantes, da coreógrafa Béatrice Massin, com Mass B, um dos espetáculos mais importantes do France-Dance 2016; Fanny de Chaillé com a obra Gonzo Conférence; e o coreógrafo francês Fabrice Ramalingomda Cie R.A.M.A., que volta à Bienal dirigindo Nós, Tupi or not Tupi, uma coprodução resultante de uma residência combailarinos brasileiros de hip-hop, que atuaram na companhia do carioca Bruno Beltrão. O espetáculo estreou em julho deste ano em Montpellier e foi destaque também no Festival de Avignon, na França.
É forte a presença alemã nesta edição da Bienal. Um deles é Chipping, espetáculo de SISK – Anna Konjetzky especialmente para crianças, que será apresentado em Fortaleza e Aquiraz. Do Brasil, a São Paulo Companhia de Dança traz uma obra do coreógrafo Marco Goecke. E o Balé Teatro Guaíraapresenta em Fortaleza uma mostra do processo  “Lost my choreographer on the way to the dressing room”, do também alemão Christoph Winkler, cuja estreia será em novembro, em Curitiba e depois segue em turnê por Alemanha e Rússia. Outro destaque é Die einen, die anderen, um trabalho de cooperação entre a coreógrafa alemã Toula Limnaios e a Cia GiraDança, do Rio Grande do Norte.
MAIS ATRAÇÕES NACIONAIS
O público da Bienal em Fortaleza e interior terá a oportunidade de conferir grandes espetáculos de companhias nacionais. Entre os destaques, o Balé Teatro Guaíra, do Paraná, que além da Mostra do processo “Lost my choreographer on the way to the dressing room”, traz Carmen, obra que pertence ao imaginário da civilização ocidental como uma das tragédias mais conhecidas da história da arte. Este trabalho do Guaíra, coreografado por Luiz Fernando Bongiovanni, com 22 bailarinos em cena, se articula a partir da dramaturgia da ópera e da trilha composta por Rodion Shchedrin e Georges Bizet.
Também do Paraná vem a Curitiba Cia de Dança, com dois trabalhos: Memória de Brinquedo, concepção e coreografia de Luiz Fernando Bongiovanni, faz um resgate poético para incentivar a brincadeira, resgate que parte da memória individual e coletiva, desde sua representação simbólica até estudos recentes da neurociência que apontam a brincadeira como uma atividade fundamental para o desenvolvimento físico e psicológico das crianças. A companhia também apresenta Quando se calam os anjos, criação de Airton Rodrigues, bailarino e coreógrafo do Balé Teatro Guaíra.
Balé Teatro Castro Alves (BTCA), da Bahia, pela primeira vez, em seus 36 anos, fez um link artístico entre o Ocidente e o Oriente, e acrescentou ao seu repertório uma montagem inédita criada pelo dançarino, coreógrafo, compositor e ex-rapper sul-coreano Jae Duk Kim, diretor da Modern Table Dance Company. O resultado é Lub Dub, mais recente espetáculo do repertório da companhia, que estreou em abril e na Bienal será apresentado em Fortaleza, Sobral e Aquiraz.
Focus Cia de Dança, do Rio de Janeiro, vem com dois grandes trabalhos do coreógrafo Alex Neural: 3 pontos… é o espetáculo mais emblemático de seu repertório e o de maior repercussão. Poucas vezes a companhia apresentou esta montagem com música ao vivo, como vai fazer na Bienal de Dança. O outro é As Canções que você fez pra mim, só com músicas de Roberto Carlos, abrindo a programação em Paracuru e apresentações também em Sobral e Fortaleza. De São Paulo, Maria Eugenia Almeida apresenta o solo Planta do pé, um espetáculo onde expõe, através da dança e da fala, sua pesquisa sobre as danças tradicionais, em especial as nordestinas. A dançarina tem no DNA o talento herdado dos pais, o multiartista pernambucano Antonio Nóbrega e a dançarina Rosane Almeida.
Quem também retorna à Bienal é Lia Rodrigues Cia de Dança, que esteve presente à Bienal ao longo de todos esses 20 anos. Vem com Aquilo de que somos feitos, que desde sua estreia, em 2000, já foi apresentado em todas as regiões do Brasil e, no exterior, alcançou sucesso de crítica e público nas turnês realizadas na Europa, Américas do Sul e do Norte. Na Escócia, onde participou do Fringe Festival, recebeu o prêmio Herald Angel como um dos melhores espetáculos apresentados nos festivais de Edimburgo em 2002.
As danças urbanas marcam o trabalho da Cia Híbrida, do Rio de Janeiro, que apresenta Toque, co-produção com as companhias Gelmini e La Truc, que estreou em junho de 2017O espetáculo foi criado em processo de colaboração entre França e Brasil, reunindo artistas de diferentes nacionalidades e trajetórias, que através da música e da dança urbana e contemporânea, trazem a saga do homem fragilizado, afetado por desembrutecer seu olhar. Foi concebido e dirigido por Gustavo Gelmini, com interpretação e coreografia de Renato Cruz e interpretação e música de Cyril Hernandez.
CEARÁ EM CENA
Artistas e companhias do Ceará, dos mais experientes até jovens intérpretes-criadores que começam a apresentar seus trabalhos autorais, estarão nos diversos palcos da Bienal de Dança, em Fortaleza e interior do Estado. Além da Edisca, que abre em Sobral e fecha a programação em Fortaleza, Fauller e Wilemara Barros, que abrem em Fortaleza, estão na 11ª edição da Bienal de Dança: Graça, Companhia da Arte Andanças; Bar Baro e Praia das AlmasParacuru Cia de DançaA delicadeza da loucura Parágrafos e Reticências, Arreios Cia de DançaVida ou Morte ao boi, Cia Flex de Dança Contemporânea; Desespero para a felicidade ou se eu não gostar nada é para sempreMárcio Medeiros; Dança-Douro, Márcio Medeiros e Grupo Nós de Dança – Trajetos de CriaçãoSob o véu, Canaan Cia de Dança; A Invenção do Baião Teimoso, Cia Balé Baião; Degradação: um sacrifício pela novidade,Curso de Iniciação em Dança Contemporânea – Paulo José/ProdançaRaraNo barraco da Constância tem!; The bichxs metazoa é quasi-desfile animalia, No barraco da Constância tem! e Isac BentoCanil, Edmar CândidoO que deságua em mim, Cia de Dança Alysson Amancio; Sandra BarDaniel Rufino; Solo de Barro: PRIMORDIANívea Jorge e Viana Jr.; OssuárioDiogo Braga e Thales Luz; Z O O M O pensamento se faz na boca, Luiz Otávio Queiroz; Uma dança para meus pesares, Maria Epinefrina e Wellington Fonseca; Solos proibidos em tempos de intolerânciasRebentos Cia de Dança; KKKK, Victor Hugo Portela;  AFRO-DIZIA e Free Stylle H2 – Arte em RuaGrupo de Dança Cuca Mondubim; Se Ela dança Eu canto, Silvia Moura e Ricardo Guilherme; e Ibirapema: O Forró que eu faltei, Omí Cia de Dança.
FORMAÇÃO
Os projetos artístico-pedagógicos, uma das marcas da bienal, têm um espaço privilegiado nessa edição, contando com a participação de artistas docentes cearenses, brasileiros e estrangeiros em residências, palestras, seminário, masterclasses e oficinas. Em meio às ações formativas, destaca-se o curso que aborda a prática pedagógica de dança para crianças e jovens com autismo, realizado no âmbito da plataforma de acessibilidade da Bienal e ministrado pela professora e pesquisadora mineira Anamaria Fernandes. Trata-se de uma atividade inédita no contexto cearense, que conta com o apoio das graduações em dança da UFC e da Associação TEAmo. Outra ação será o lançamento de uma publicação bilíngue, resultado do seminário realizado com professores de várias universidades do Brasil, além de docentes da Universidade Paris 8.
MÚSICA NA BIENAL
Os fins de noite da Bienal de Dança e são marcados pelas Fringes, com atrações musicais em cena. Este ano, um dos destaques é Don L, com show no dia 20 em Sobral e 21 em Fortaleza. O rapper cearense radicado em São Paulo mudou o panorama do gênero com o grupo Costa a Costa, na década passada e conquistou espaço próprio em carreira solo. Na trilogia Roteiro Para Aïnouz, sua visão artística e de produção atinge o auge criativo. Inspirado no trabalho do cineasta Karim Aïnouz, o disco é organizado em forma de uma narrativa contínua, dividida em três grandes atos. Lançado em 2017, RPA vol 3 inicia uma trilogia autobiográfica reversa, que retrata a trajetória do rapper dos primeiros anos em Fortaleza até sua mudança para São Paulo. Com grande repercussão entre artistas, influenciadores e fãs, esta obra já fez história como um dos melhores discos de rap brasileiro em todos os tempos.
BIENAL DE DANÇA – 20 ANOS
Fazendo um retrospecto desses 20 anos, percebe-se a imensa importância que a Bienal teve como instância geradora e catalisadora dos mais diversos processos relativos à produção, difusão, formação e fruição em dança no Estado do Ceará. Se hoje o Ceará passou a integrar as cartografias da dança contemporânea nacional e internacional, muito disso deve-se às múltiplas ações e processos desenvolvidos pelo evento no decorrer de suas edições. Que venham mais 20 anos!
SERVIÇO
XI Bienal Internacional de Dança do Ceará – De 19 a 29 de outubro com programação em Sobral (19 a 22/10), Fortaleza (20 a 29/10), Paracuru (20 e 21/10), Trairí (20 e 21/10), Aquiraz (21 e 22/10), Juazeiro do Norte (25 e 26/10) e Itapipoca (27 e 28/10). Site oficial: www.bienaldedanca.com. Tel: (85)3034-2668. GRATUITO.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.