Eleição de Camilo Santana inicia novo momento de um mesmo ciclo

O terceiro mandato do grupo que comanda o Ceará há oito anos foi conquistado de forma diferente das eleições anteriores, nas quais Cid Gomes (Pros) foi vitorioso. O contexto político, a situação do Estado e o perfil do governador eleito Camilo Santana (PT) apontam para uma gestão que, se representa a continuidade do modelo, indica mudanças em áreas sensíveis. E necessidade de um jeito diferente de fazer política, diante da nova correlação de forças.
Enquanto Cid, principal apoiador do governador eleito ontem, venceu duas vezes com mais de 60% dos votos e sempre no primeiro turno, Camilo enfrentou disputa bem mais parelha.
O primeiro governador eleito no Ceará pelo PT precisou passar por um segundo turno – só realizado antes uma vez na esfera estadual, em 2002. Camilo recebeu 53,35% dos votos, contra 46,65% do senador Eunício Oliveira (PMDB). A diferença foi de 303,7 mil votos.
O opositor teve 2,1 milhões de votos e venceu em Fortaleza com 176 mil a mais que Camilo. Além da divisão no eleitorado, o futuro governador encontra rachada a base de apoio que garantiu a tranquilidade para Cid governar. Pilares da sustentação política dos Ferreira Gomes, o PMDB está na oposição e parcela importante do próprio PT não apoia Camilo.
A maioria eleita na Assembleia no último dia 5 sinaliza para relativa paz no Legislativo. A oposição, todavia, a princípio se fortalece e deve causar mais incômodo que nos últimos oito anos.
Antes da apuração que daria a vitória ao seu candidato, Cid Gomes alertava, após votar ontem, em Sobral, para a necessidade de construir pontes. “A grande tarefa do Camilo agora é procurar unir o povo cearense. O governador não é só de uma banda, de um conjunto, de uma coligação”.
Com o resultado confirmada, o futuro governador reforçou a necessidade de diálogo, sem fechar as portas para o entendimento com Eunício e o PMDB.
Com informações do Jornal O Povo

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