“Apesar de haver previsão contratual expressa acerca do repasse dos contratantes, quanto ao reajuste salarial dos funcionários, isso não vem sendo respeitado, infringindo os termos das Convenções Coletivas vigentes e dos contratos estabelecidos”, diz o presidente da Fecomércio, Luiz Gastão Bittencourt.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio) apresentou denúncia, junto ao Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE), contra o Governo do Estado, autarquias estaduais e empresas públicas.
Segundo a denúncia, várias empresas representadas pelo Sindicato de Segurança Privada do Estado do Ceará (Sindesp) e pelo Sindicato de Asseio e Conservação do Estado do Ceará (Seacec), que fornecem mão de obra terceirizada para diversas entidades governamentais, vêm descumprido sistematicamente seus contratos.
A Fecomércio diz, em nota, que as cláusulas que preveem os termos de reajuste do preço pactuado nos contratos incluem o reajuste salarial dos empregados terceirizados e devem obedecer ao que for determinado na Convenção Coletiva de Trabalho de cada categoria respectiva.
Nesse caso, os Sindicatos alegam que a Convenção Coletiva de Trabalho de 2017 trouxe reajuste salarial das categoriais por eles representadas de 6,58%, sobre o piso salarial do ano de 2016, e que após a inclusão dos encargos sociais ultrapassa o percentual de 7% (sete por cento).
“Esse cenário agrava, e muito, a situação econômica das empresas já que o reajuste previsto nas Convenções Coletivas não pode ser descumprido. Então, essa diferença está sendo arcada por cada empresa contratada, trazendo desequilíbrio contratual e prejuízo, em última análise, para toda a sociedade cearense”, acrescenta.
Resposta do governo
Em nota, a Secretaria do Planejamento e Gestão, do governo do Estado, disse que está realizando a negociação de repactuação dos contratos de terceirização.
“A negociação do dissídio de 2017 vem sendo realizada desde maio com todas as empresas fornecedoras de mão de obra.
Conforme convenção coletiva, o dissídio de 2017 será de 6,58% e trará às empresas um impacto financeiro de 7,15%. O Estado ofereceu reajuste de 5% . Nesse contexto vale lembrar que o servidor público estadual recebeu reajuste de 2% em 2017″, diz a pasta.
A Seplag diz ainda que “atualmente, o Estado possui 19.227 terceirizados. A partir do novo modelo de contratos de terceirização de mão de obra para o Estado a serem licitados, o reajuste terá como base o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)”.