Ferramentas online auxiliam na busca por emprego

Em um momento de recessão econômica e desemprego crescente, se reinserir no mercado de trabalho é um grande desafio. As ofertas de vagas são mais escassas e as exigências dos empregadores, maiores. Porém, o mercado não é estático e, mesmo com esse cenário difícil, é possível conseguir um novo emprego desde que o candidato saiba onde e de que forma procurar por oportunidades.
Os sites de anúncios de vagas e redes sociais profissionais, como o LinkedIn, o maior do segmento no mundo, surgem como ferramentas importantes para que os candidatos tenham acesso às vagas anunciadas pelas empresas. As próprias redes sociais, como o Facebook e WhatsApp, têm grupos criados por usuários justamente para reunir anúncios de vagas de várias profissões.
Credibilidade
No entanto, a coach Madalena Medeiros, consultora da Fastjob e Mobile Consultoria, alerta que muitas dessas plataformas, principalmente pelas redes sociais, não são confiáveis. “As vagas anunciadas nesses grupos e sites de fontes não confiáveis, muitas vezes, não existem mais e o candidato fica criando expectativa sem sequer ter sido considerado. É preciso se vincular a sites confiáveis”, recomenda.
Ela afirma já ter visto o caso de uma empresa que chegou a emitir uma nota oficial para desacreditar uma vaga que estava sendo anunciada nas redes sociais, em que documentos pessoais dos candidatos eram solicitados. “Os sites confiáveis funcionam porque as próprias empresas têm interesse de disponibilizar as vagas a um público que vai visualizar aquela mensagem, e elas fazem isso sem custo algum”, afirma.
Networking
Mas só o uso dessas ferramentas não é suficiente para que o candidato tenha acesso a todas as oportunidades e consiga reingressar no mercado de trabalho, ainda mais competitivo.
Ana Claudia Athayde, diretora regional no Nordeste da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Brasil), aponta que o networking, ou seja, o relacionamento com pessoas da mesma área de atuação, ainda tem um peso muito maior na hora de encontrar vagas de trabalho interessantes.
Mais que assumir um cargo pelo “QI: quem indica”, o networking pode levar um candidato a participar de processos seletivos não anunciados pelas empresas. Uma pesquisa especial realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2008, mostrou que as redes de contato pessoais foram decisivas para que 63,5% dos assalariados chegassem ao posto nos mercados pesquisados na região Nordeste (Salvador e Recife).
Segundo analisa Ana Cláudia, além de colegas conhecidos durante os anos de formação na área de trabalho de cada um, é possível ampliar a rede de contatos profissionais em entidades de classes e cursos de especialização.
“As associações de classe sempre fornecem cursos de capacitação e reciclagem, reunindo muitos profissionais daquela área que podem ser bons contatos”, diz a diretora da regional Nordeste da ABRH-Brasil, apontando uma estratégia.
Comunicação
Mas antes mesmo de se postular, a coach Madalena Medeiros destaca que uma das primeiras medidas que devem ser tomadas é a atualização o currículo. “Muitos negligenciam essa parte porque acham que é fácil, copiam modelos. Não entendem que esse é um processo de comunicação com o selecionador e que pode dar uma vantagem competitiva”, explica.
O que mais se reforça neste assunto é que o currículo não pode ser o mesmo para todas as empresas as quais se tem intenção de se candidatar, mas um direcionado a cada uma delas.
As informações que devem estar no documento são as que demonstrem as habilidades do candidato para exercer aquele trabalho especificamente, sem dados aleatórios. “Ele deve estar bem claro e objetivo, alinhado à vaga”, aponta Madalena.
A diretora Ana Cláudia acrescenta que o currículo deve ser o mais objetivo possível. “Nada de duas, três ou quatro folhas. O ideal é ter apenas uma, com uma disposição visual que facilite o entendimento do selecionador”, aponta. Ela ainda recomenda que os candidatos continuem ativos, fazendo exercícios e participando das redes sociais (mas sem exageros). “Bom senso nunca é demais”, destaca a diretora.

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