Folha de São Paulo destaca Sobral como referência na Educação

Confira a reprodução da matéria publicada nesse domingo, 30 de junho, no jornal Folha de São Paulo Aqui

Um aluno de escola pública em Sobral, no interior do Ceará, custa metade que um estudante da rede municipal de São Paulo, porém sabe mais matemática e português no 5º ano do ensino fundamental, segundo avaliações recentes do governo federal.

O caso da cidade cearense tem sido citado como exemplo de que, em educação, o montante de investimentos não é tudo.

Nas últimas semanas, o aumento dos gastos tem sido apontado como saída para a melhoria do ensino em resposta à insatisfação manifestada nas ruas.

“Dinheiro para educação é importante, mas não adianta dobrar os investimentos e não melhorar a gestão dos recursos”, diz o economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central.

O pesquisador Naercio Menezes, do Insper, que tem estudado as políticas e o desempenho educacionais de Sobral, concorda:

“Acho temerário dizer que mais gastos vão necessariamente melhorar a qualidade da educação no Brasil. É vender uma falsa ideia”.

A discussão ocorre em um momento em que o governo tenta destinar à educação 100% dos royalties gerados pelos campos de petróleo do pré-sal.

GASTOS DESIGUAIS
As principais falhas na área educacional no Brasil, segundo pesquisadores, estão relacionadas à má distribuição e à gestão ineficiente dos recursos.

Os gastos públicos com estudantes universitários ainda são, por exemplo, mais do que cinco vezes maiores do que com alunos da educação infantil, embora a diferença tenha caído nos últimos anos.

Segundo ele, o município de Sobral teve um salto na área educacional nos últimos anos depois de adotar medidas para monitorar de perto a evolução dos alunos na alfabetização.

BÔNUS
Outra política foi alocar os melhores professores para os alunos que apresentam piores desempenhos, além de pagar bônus para escolas e profissionais que conseguem os melhores resultados.

Enquanto Sobral gasta cerca de R$ 3.100 por aluno, na cidade de São Paulo o dispêndio é de R$ 6.000.

ÉRICA FRAGA – DE SÃO PAULO

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