Fusão reduziria cerca de 10 agências dos Correios no Ceará

Como parte dos esforços para ajustar as contas, estudos técnicos realizados pela Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos (ECT) preveem, a princípio, a fusão de 5% da rede de atendimento própria, hoje composta por 6.500 agências em todo o País. Ainda sem um número definido, a estatal informou que as agências a serem fundidas em cada estado brasileiro serão amplamente divulgadas em um “momento oportuno”.
Ainda assim, caso sejam seguidas as estimativas, a fusão reduziria cerca de 10 agências no Ceará, passando das atuais 212 agências próprias do Estado a 202, sendo uma delas em Fortaleza, onde a estatal possui 22 próprias. A estatal ainda tem no território cearense uma rede de atendimento formada por 27 agências terceirizadas (das quais 22 em Fortaleza) e 612 comunitárias.
A estratégia faz parte de um plano de economia que está sendo implementado pela direção para tentar reverter a crise que a enfrenta. No caso da rede de atendimento, a empresa explica ter realizado estudos técnicos que indicaram a necessidade de revisão da oferta de agências em algumas localidades, especialmente nos grandes centros urbanos, onde há unidades próximas umas das outras.
Em nota enviada à reportagem, a empresa reforça que o fechamento de agências não afetará as demais unidades como agências comunitárias e franqueadas, que juntas somam mais de 5.600 em todo o País. “Cabe esclarecer que, independentemente das medidas que serão adotadas, nenhum município ficará sem atendimento postal”, diz a nota. A empresa ainda informou que os funcionários de agências fechadas serão realocados a agências próximas.
Servidores
De acordo com Luís Santiago, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares do Ceará (Sintect-CE), a categoria foi pega de surpresa com a notícia. Segundo ele, um acordo para o não fechamento de agências havia sido firmado no ano passado entre a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect) e a diretoria da estatal.
“Na época, ainda enviaram uma lista com as agências que seriam fechadas. Mas, com o acordo, ficou acertado que o fechamento estaria suspenso”, explica o coordenador. Ele afirma que a iniciativa faz parte de um projeto acelerado de privatização dos Correios pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o que, na avaliação dele, irá precarizar ainda mais o serviço.
Segundo o coordenador, os trabalhadores da categoria irão decidir ainda na primeira quinzena de fevereiro, em assembleia, as condições laborais e se aprovam o indicativo de greve contra as iniciativas dos Correios. Se aprovada, os funcionários poderão parar os trabalhos a partir do dia 15 de março, caso não haja um entendimento com a diretoria da estatal.
Ele também demonstra preocupação quanto a possibilidade de a estatal se transformar em uma rede de franquias, uma vez que a estratégia da empresa é justamente ampliar a rede de franqueadas no Brasil, que hoje somam pouco mais de mil unidades. Santiago aponta que os trabalhadores dessas agências terceirizadas são submetidos a salários mais baixos e têm menos benefícios que os concursados.
As agências franqueadas são selecionadas por meio de uma oferta pública e remuneradas com um porcentual das receitas dos serviços.
Com Informações do Diário do Nordeste

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