Lava Jato | Conheça detalhes das acusações contra Pe. Zé e Aníbal

A divulgação da lista de políticos que, segundo a Procuradoria-Geral da República, estariam envolvidos no esquema de desvio de recursos da Petrobras, atingiu o nome de dois cearenses, o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB) e o ex-deputado federal e atual presidente do Conselho Estadual de Educação do Ceará, Padre Zé Linhares (PP). 
Segundo o relatório do procurador Rodrigo Janot, tornado público na última sexta-feira, 6, o parlamentar cearense Aníbal Gomes seria emissário do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), no esquema de corrupção envolvendo a estatal federal.
Em delação, Paulo Roberto Costa informou que participou de diversas reuniões para entrega de propina ao presidente do senado. Segundo ele, algumas reuniões eram realizadas na própria residência de Calheiros. Ainda de acordo com o delator, o deputado cearense estava presente nesses encontros.
De acordo com Costa, o parlamentar cearense teria levado até ele “uma reclamação do Sindicato dos Práticos acerca do reajuste da remuneração da praticagem”.
O peemedebista teria dito, conforme delação, que “em sendo exitosa a negociação, ou seja, atendido o pleito dos práticos seria feito um pagamento pelo Escritório Ferrao em favor dele, Aníbal, sendo parte dos recursos destinados ao senador Renan e um valor na ordem de oitocentos mil reais para o declarante”.
O relatório questiona os “vultosos valores em espécie mantidos por Aníbal Gomes no encerramento de 2014”. O deputado declarou ter R$ 1.805.000,00 em espécie, o que corresponde a 90% do seu patrimônio declarado. O procurador afirmou que há “indícios veementes” do envolvimento deputado federal tendo em vista que o alto valor em espécie é “fora do contexto normal dos fatos” por não estar em depósitos bancários “como seria o usual”. O parlamentar negou as acusações e informou que deverá contratar advogado para se defender.
Em relação do ex-deputado Padre Zé Linhares (PP), Alberto Youssef afirmou que os líderes do PP receberiam mensalmente entre R$ 250 mil e 500 mil, enquanto cerca de R$ 1,2 milhões e R$ 1,5 milhões seriam divididos por mês entre os parlamentares pelo líder do partido. Youssef diz ter “certeza” que o “Padre José Linhares” recebeu a propina da cota do partido. Pela terceira vez, O POVO entrou em contato com a assessoria do governo estadual, mas até o momento não há posicionamento oficial sobre a inclusão do titular do Conselho de Educação na lista de Janot. (Wagner Mendes)
Números
R$ 1,2 milhões é o valor que seria distribuído mensalmente ao Partido Progressista
R$500 mil era, segundo Youssef, o valor máximo da propina dada aos líderes do PP

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