Saiba quais são e fuja das armadilhas da Black Friday

Pesquisar e comparar preços é a principal arma do consumidor para evitar dor de cabeça no dia 23, quando o comércio promete muitos descontos

O engenheiro Juliano Tritapepe começou a pesquisar, em outubro, os preços de uma cafeteira e de um jogo de computador para sua filha. A ideia é comparar preços e aproveitar as ofertas oferecidas pelo comércio na Black Friday para garantir o presente de Natal.
Essa é uma das estratégias apontadas por especialistas para o consumidor não cair em armadilhas no próximo dia 23, quando o comércio promete descontos em diversos produtos.
“Decidi comparar preços com um mês de antecedência para ter uma ideia real dos valores”, diz Tritapepe. “Se tiver desconto, ótimo. E se não tiver ou não for tão alto, eu pago o mesmo valor”, avalia o engenheiro.

Para a advogada Ione Amorim do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) é importante que o consumidor, em primeiro lugar, estabeleça um plano, “não compre por impulso ou pelo simples ato de comprar por comprar”. É preciso avaliar se existe a necessidade.
Outro aspecto é fazer contas. “Não adianta comprar um produto com desconto e cair nos juros do cheque especial ou do cartão, a economia vai por água abaixo”, avalia Ione.
É preciso ficar atento à publicidade. Para a advogada do Idec, o varejo tem anunciado as ofertas cada vez mais cedo, o que pode confundir o consumidor com relação aos valores e induzir ao erro. “O que observamos é que a cada ano o comércio antecipa a propaganda para a Black Friday, algumas empresas começam a anunciar os descontos com antecedência, o que desconfigura o evento, que tem como propósito concentrar essas ofertas em um só dia”.
Os sites de buscas podem auxiliar o consumidor na pesquisa e também na comparação dos preços. Tanto o Buscapé como o Zoom oferecem ferramentas que permitem observar a variação dos preços ao longo de quatro meses. “É importante acompanhar a variação dos preços para poder avaliar se é vantajoso ou não. Uma dica é usar os alertas de preços para ver se o valor vai chegar ao patamar desejado” observa o head de marketing do Buscapé, Fernando Lugó.
“Na Black Friday é possível adquirir produtos de qualidade com desconto, os lojistas usam a data para renovar o estoque”, explica Lugó.
Dicas do Procon

A advogada Patrícia Couto também acompanha a variação de preços pela internet. Ela pretende comprar um videogame para presentear o filho no Natal. “Ano passado fiz a mesma comparação e foi uma decepção, uma ‘black fraude‘ e, obviamente, eu não comprei porque não havia oferta”, diz.
Fátima Lemos, do Procon, orienta que esse tipo de situação deve ser denunciada. “Se o consumidor perceber que houve um aumento para depois oferecer a oferta deve denunciar como maquiagem de desconto”.
Antes de efetuar uma compra online vale conferir a lista negra do Procon(Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) com lojas virtuais que não cumprem as normas do Código de Defesa do Consumidor.
“Costumo pesquisar nas principais lojas online, evito as lojas pequenas porque realmente não sei se vão entregar o produto e se terei garantia”, diz o engenheiro Juliano Tritapepe.
Vale ficar de olho no valor do frete e no prazo de entrega. “As lojas virtuais ou não são responsáveis pelo estoque dos produtos, mas o consumidor deve observar a data de entrega e calcular o valor do frete, que muitas vezes é maior que o desconto oferecido”, diz Fátima.
Segundo o Procon, os problemas com a entrega são os campeões de reclamação. “A não entrega do produto e o não cumprimento de prazos se tornaram um problema para a Black Friday. O consumidor deve ficar atento à data de entrega, se a ideia é presentear no Natal, por exemplo, não adianta comprar agora com prazo de três meses de entrega”. É de responsabilidade do lojista o cumprimento do prazo.
Para efetuar compra online, o consumidor deve entrar no site da loja e jamais clicar em links desconhecidos ou enviados por e-mail ou redes sociais. “É importante se certificar que está no site correto para não cair em uma fraude ou ter seus dados bancários roubados”, diz Fátima.
Tanto as lojas virtuais como físicas devem deixar claro quais são os produtos que participam das promoções da Black Friday. “É importante que as empresas que descumprirem prazos, entregarem produtos com defeito ou façam publicidade enganosa devem ser denunciadas”, diz Ione, do Idec

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