SESC promove Contação de histórias e leva saúde a pacientes em Sobral

 “O prêmio de todos vocês é a saúde”. Com estas palavras, a arte
educadora Lita Ribeiro, a Farrofinha, encerrou, ontem, no final da
manhã, mais uma edição do projeto “O Conto pela Cura”, que o Serviço
Social do Comércio (Sesc) desenvolve há dois anos na Santa Casa de
Misericórdia de Sobral. O projeto é pioneiro no Ceará quanto à sua
periodicidade (semanal). Há outras experiências esporádicas em Juazeiro e
Fortaleza.

Dirigido às crianças e às mães internas na Santa Casa
de Misericórdia, o projeto busca trazer um alívio para a dor do
tratamento, que as pessoas se submetem ao se internarem em um hospital. A
terapeuta ocupacional da Santa Casa, Verena Campelo, festeja os
resultados do projeto afirmando, que ele ajuda na cura tanto dos menores
como das mães. “Tem casos aqui de pessoas que ficam até cinco meses
internadas e precisam dessa terapia ocupacional para evitar o stress”,
afirma Verena Campelo.

A avó Neusa Augusta acompanhava, ontem, o
neto Wesley Bruno de Oliveira, com apenas um dia de nascido, em
tratamento pulmonar. Ela foi assistir a apresentação do projeto com o
neto e ficou admirada com o envolvimento das crianças e das mães. “Gosto
muito dessa contação. Envolve a gente. Participei ativamente”, destaca
ela. E é exatamente disso que Farrofinha quer nas suas apresentações.
“Além de arte educadora, sou atriz e contadora de história. Este projeto
do Sesc e da Santa Casa mexe com a imaginação e ocupa a mente dos
internos”, diz a artista Farrofinha.

A
partir das histórias contadas pela artista, as crianças passam a contar
as delas. Após isto, elas são incentivadas a desenharem o que
entenderam das histórias. “Assim elas começam também a escrever as
histórias delas”, lembra Farrofinha.

A terapeuta Verena Campelo
aposta exatamente nesta questão da brincadeira como uma terapia de
recuperação. “Com este projeto, buscamos trabalhar aquilo que chamamos
as atitudes da vida diária, que acabam sendo afastadas quando as
crianças, especialmente, são internadas. Queremos dar uma mensagem para a
vida delas”.

Farofinha tenta trazer as crianças para o mundo
mágico da oralidade através da contação de história. “É uma tradição
secular nossa. Propomos este momento de fantasia, onde mantemos viva a
história dos contadores. Vivi isso quando era criança e agora transmito
no projeto”, revela.

Toni Newnam afirma que o projeto está dando
bons resultados. “Ele traz um novo ânimo para os internos da Santa Casa.
Educamos aqui, por exemplo, a criança para parar e ouvir. Incentivamos
também a leitura, a escrita e oralidade. Buscamos o reconto”, afirma.