UFC sofre primeiro corte no orçamento em 13 anos

Dezoito milhões de reais serão cortados do limite orçamentário de 2017 da Universidade Federal do Ceará (UFC). Isso representa uma redução de 12,34% do recurso destinado à universidade, comparando com a lei orçamentaria deste ano. Desde 2003, a UFC, assim como as demais universidades públicas do País, não passavam por arroxo na folha.
“Desde 2015, passamos por um contingenciamento, mas não havia cortes.O impacto é considerável, porque a gente vem de um processo de expansão, e é preciso verba para consolidar. A UFC vai ter de se reinventar para conseguir se adaptar a esse limite”, lamenta o professor Augusto Albuquerque, coordenador de Planejamento e Gestão da Pró-Reitoria de Planejamento da UFC.
O corte foi confirmado pelo Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec) do Governo Federal. Haverá redução nas despesas de livre movimentação (verbas cuja finalidade é definida pela própria universidade), em que não estão incluídos os gastos com folha de pessoal, nem os limites vinculados a programas.
A proposta orçamentária de 2016 prevê R$ 147,2 milhões de gastos com livre movimentação, ao passo que, para o ano que vem, o limite será de R$ 129,1 milhões.
Conforme explica Albuquerque, o impacto do corte acontece principalmente nos gastos com investimento (as obras e compras de bens, máquinas e equipamentos). Segundo levantamento, o setor deve ter orçamento reduzido em 46,3%.
O custeio (manutenção de atividades já desenvolvidas) e as verbas previstas para programas, como o Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) – que tem orçamento de R$ 25,3 milhões – não sofrem grandes perdas. “Porém, não há reposição inflacionária”, aponta o coordenador.
Por isso, de acordo com a UFC, essas pastas podem ser prejudicadas, principalmente, no que diz respeito à política de expansão e inclusão, em processo nos últimos anos, que geram aumento de demanda de assistência estudantil. De 2007 a 2015, o número de estudantes residentes, conforme a UFC, aumentou 69,2% e o de refeições servidas nos restaurantes universitários, 331%.

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