Ceasa de Tianguá abastece região da Ibiapaba e várias cidades do Nordeste

Todas as terças e sextas-feiras, cedo da manhã, o agricultor Vanildo Serafim Rodrigues, morador do Sítio Lagoa, a 3 quilômetros da sede de Tianguá, na Serra da Ibiapaba, monta seu ponto de venda em um dos espaços reservados no galpão da Central de Abastecimento (Ceasa), localizada às margens da BR-222, que corta a cidade, rumo ao Piauí. Na feira, são comercializados cereais, frutas, legumes, hortaliças, carnes e outros produtos. Com uma clientela fiel, que vêm em busca dos legumes fresquinhos que o agricultor produz, algo em torno de 8 toneladas, mensalmente, Francisco Serafim atende, não apenas à demanda de muitos municípios da região Norte do Estado, mas também os mercados do Maranhão, Piauí e Pernambuco.
Mas, segundo ele, apesar do inverno favorável deste ano, e a comercialização direta, sem a interferência de atravessadores, a margem de lucro tem se mantido baixa; um ponto favorável para quem compra. “A caixa de tomate, por exemplo, com 27 quilos, que custa, em média, R$ 25, tem saído a R$ 20; o ideal seria entre R$ 40 e R$ 60, para revenda”, reclama o feirante Francisco Serafim.
Tabela
O Sistema Nacional de Informação de Mercado Agrícola (Sima) é quem mantém atualizada a tabela de preços sugeridos nas centrais de Maracanaú, Tianguá e Cariri. As cotações são monitoradas diariamente, sendo as variações informadas conforme as atualizações, junto às fontes; podendo ser diárias, semanais ou quinzenais.
Movimentação
Esse boletim, que circula entre os feirantes, discrimina os valores mínimo e máximo a serem cobrados, além do estado físico dos produtos e sua procedência. Na feira da Ceasa de Tianguá é muito grande a movimentação de caminhões de várias partes do Nordeste, que chegam sempre em busca de mercadorias com preços competitivos.
“E de acordo com a movimentação do mês de junho, a maior média do ano, com pouco mais de 8.443,23 toneladas de produtos negociados na feira, o destaque entre as frutas de maior saída ficou com a banana, o maracujá e o mamão”, afirma Antônio de Lima, gerente da Ceasa.
Ainda, segundo o gerente, “no grupo das hortaliças, o ranking apontou a batata doce, o tomate e o pepino como os mais comercializados nessa época”, afirma. E de acordo com as estatísticas das Centrais de Abastecimento do Ceará, a Ceasa de Tianguá é quem detém o primeiro lugar na lista de participação das microrregiões cearenses inseridas nos postos de atendimento (centrais de Maracanaú, Tianguá e Cariri).
Disputa
A Serra da Ibiapaba movimentou em junho 36,1%, de tudo que foi comercializado no mês, superando a região do Baixo Jaguaribe (20,3%) e Fortaleza (12,7%), que juntas lideram a lista de 21 regiões produtoras. E em termos mais amplos, na disputa pela atenção do cliente deste setor, em 2018, o Estado tem se mantido à frente de fortes concorrentes como Maranhão, Piauí, Bahia e Pará, por exemplo, no que diz respeito à volume de negócios.
O Ceará é quem lidera o ranking de participação dos estados, ainda segundo as estatísticas das Centrais de Abastecimento do Ceará, com 45,2%, de tudo que foi comercializado no mês de junho, seguido da Bahia (13,5%), e Pernambuco (10,6%).

Os clientes da Serra da Ibiapaba têm o privilégio de conferir frutas e verduras produzidas ali mesmo na região

Tradição
Com 61 anos de história, a Ceasa, instalada na Serra da Ibiapaba, mantém o destaque de grande convergente, não apenas de tudo o que se produz na serra da Ibiapaba, mas também no restante do Ceará.
“O levantamento sobre a produtividade local, relacionada ao Estado, nos coloca em uma posição favorável, principalmente nos últimos anos, apesar das muitas dificuldades que o setor sempre enfrenta. Aqui se produz de tudo um pouco, e isso garante que algo em torno de 80% do que circula de fruta, legumes e verduras no Ceará, saia da Serra”, comemora Antônio de Lima, gerente da Ceasa.
Antônio conta com colaboradores como Eudes Gomes. O agricultor disputa o mesmo espaço com outros feirantes, duas vezes por semana, para enfrentar, com coragem, as oscilações do mercado que, segundo ele, “tem melhora no início de cada mês, mas leve queda, a partir da segunda quinzena”, explica.
Experiência
Para Eudes Gomes, os 30 anos de experiência trabalhando na Ceasa de Tianguá é que têm ajudado a manter o negócio competitivo. “Meus produtos têm venda certa para clientes, na Parnaíba, no Estado do Piauí. Há anos eles buscam comigo a mesma qualidade e bom preço que ofereço aqui, apesar da venda tabelada”, ensina.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.