Como nas histórias de heróis, com o tempo, o roteirista mergulhou mais ainda nos projetos de quadrinhos, aperfeiçoando suas habilidades e se transformou no Zé Wellington, artista independente, que batalhou dez anos em busca de seu lugar no seleto clube dos que se destacam num mercado que continua atraindo a atenção de milhões de pessoas pelo mundo, independentemente da idade, e que se expande com força no Brasil. Apesar das dificuldades de todo novo escritor em busca de reconhecimento, ele, que hoje tem 32 anos, teve o seu talento percebido por uma grande editora em 2014, que lançou profissionalmente seu primeiro quadrinho, ‘Quem Matou João Ninguém’, que atraiu a atenção do público e lhe rendeu a primeira indicação a um importante prêmio nacional.
A editora continuou acreditando no potencial de Zé Wellington e lançou, no ano seguinte, o segundo trabalho, intitulado ‘Steampunk Ladies: Vingança a Vapor’, um faroeste com ficção científica, onde o autor conduz a um mundo dominado pela violência de foras-da-lei com próteses mecânicas. Até que duas mulheres, Sue e Rabiosa, movidas à vingança, resolvem desafiar esses bandidos metade homens, metade máquinas, liderados por Lady Delillah, a vilã, que fecha o trio de mulheres fortes, protagonistas de sua própria história, no ambiente hostil e machista do Velho Oeste.
Esse segundo trabalho rendeu o primeiro prêmio profissional a Zé Wellington, o HQMIX 2016, considerado o Oscar dos quadrinhos no Brasil, como roteirista revelação. O primeiro lugar na categoria o colocou ao lado de talentos como Ziraldo, Maurício de Souza e Laerte. A partir daí, seus trabalhos deram uma nova guinada, conquistando cada vez mais fãs no Brasil e até onde a Internet possa alcançar. “O prêmio trouxe um reconhecimento interessante”, comemora o escritor.