📰 Segundo suspeito de ataque a tiros em escola de Sobral segue foragido uma semana após o crime

O ataque a tiros que deixou dois adolescentes mortos e três feridos na Escola Estadual Professor Luís Felipe, em Sobral, completa uma semana nesta quinta-feira (2) com um dos envolvidos ainda foragido. O primeiro suspeito, Bruno Amorim Rodrigues, foi preso na sexta-feira (26), um dia após o crime, mas o segundo atirador, já identificado pela polícia, segue em liberdade. A identidade dele não foi revelada.

As vítimas fatais foram os estudantes Victor Guilherme Sousa de Aguiar, de 16 anos, e Luis Cláudio Sousa Oliveira Filho, de 17 anos, ambos jogadores de futsal e alunos da instituição. Outros três adolescentes ficaram feridos; dois tiveram lesões leves e receberam alta rapidamente. O terceiro, internado em estado grave na Santa Casa de Sobral, deixou o hospital no último domingo (28). Esse jovem, segundo o inquérito, já responde por ato infracional análogo a homicídio, roubo e porte ilegal de arma de fogo.

Retorno das aulas

A Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) informou que as aulas na unidade serão retomadas em 6 de outubro. Até lá, a escola realiza atividades de apoio psicossocial a professores e servidores, além de círculos de diálogo com famílias de alunos entre os dias 1º e 3 de outubro. Psicólogos, assistentes sociais e diretores de turma acompanharão a volta dos estudantes, em uma tentativa de reconstruir a rotina escolar com segurança emocional e acolhimento.

Motivação ligada a facções

Embora a motivação oficial do ataque ainda não tenha sido confirmada, documentos do inquérito apontam para um conflito entre facções criminosas como origem da chacina. O preso Bruno Amorim Rodrigues teria deixado o Comando Vermelho (CV) para se aliar ao Primeiro Comando da Capital (PCC), sendo então “decretado” pela antiga facção, ou seja, jurado de morte.

Uma das vítimas, Victor Guilherme, conhecido como “VG”, seria ligado ao CV e, de acordo com a investigação, atuava como fornecedor de drogas na escola. Na mochila dele foram encontrados entorpecentes e uma balança de precisão. Ainda não há confirmação se o adolescente era membro formal da facção ou apenas próximo a criminosos.

Depoimentos contraditórios

Em depoimento, Bruno negou envolvimento no ataque e alegou estar em casa com a esposa no horário do crime. No entanto, a companheira declarou à polícia que só esteve com ele à tarde, quando o ataque já havia ocorrido. Ela confirmou que o marido tinha envolvimento com o PCC.

Bruno foi preso após tentar fugir, pulando o muro de casa e se escondendo em uma residência vizinha, onde foi encontrado deitado sob um lençol. Ao ser questionado sobre a fuga, disse apenas que não sabia justificar o medo.

Enquanto isso, a busca pelo segundo atirador continua, mantendo o clima de tensão na cidade e entre a comunidade escolar, que ainda tenta se recuperar do episódio.