WhatsApp poderá ser usado para denúncia de violência contra a mulher

A partir de agora, casos de violência contra a mulher ou qualquer violação aos direitos humanos poderão ser denunciados também pelo WhatsApp por meio do disque 100 e Ligue 180. O serviço foi lançado pelo governo federal nesta quinta-feira, 29.  A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que o novo canal contribui para a proteção dos mais vulneráveis e reduz custos. “Os outros canais, o telefone, a ligação, tem um custo e o Whatsapp para o Ministério terá um custo muito menor. Então também vai ter uma economia no nosso orçamento e mais eficiência, mais rapidez”, disse. Segundo ela, o serviço irá auxiliar no recebimento de denúncias com imagens e vídeos, o que pode antecipar medidas protetivas e restritivas.

Para fazer o relato pelo WhatsApp, será preciso enviar uma mensagem para o número com o DDD 61 9 9656-5008. De acordo com o ouvidor nacional de Direitos Humanos, Fernando Ferreira, atualmente são feitos até 12 mil atendimentos por dia no Ligue 180 e no Disque 100. “Fazendo essa denúncia  gente consegue encaminhar o caso diretamente para uma delegacia de polícia, ao Conselho Tutelar ou ao Ministério Público. E isso gera dados para que a gente possa fazer políticas de enfrentamento à violação dos direitos humanos.”

Só na capital paulista, a quantidade de mulheres vítimas de violência aumentou 64% entre os anos de 2016 e 2019, segundo o Mapa da Desigualdade 2020, da Rede Nossa São Paulo. A Assessora de Projetos da Organização, Carolina La Terza, ressalta que esse tipo de violência não está restrito a uma única região. “Uma coisa interessante que a gente acompanhou no mapa é que a distribuição da violência, por mais que tenha essa desigualdade em mais de sete vezes entre o distrito que mais acontece e menos acontece, esse é um tipo de violência que acontece em todo território”, explica. O levantamento aponta ainda que o feminicídio também subiu em São Paulo. Foram 95 casos em 2016 contra 163 no ano passado, um aumento de 72%.

*Com informações da repórter Letícia Santini 

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