Ceará retira quase 300 mil pessoas da pobreza e extrema pobreza em 2023

Os dados reforçam a importância dos programas sociais na redução da desigualdade econômica

Quase 300 mil cearenses superaram a condição de pobreza e extrema pobreza entre 2022 e 2023, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (4) pela Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa utilizou como base a renda mensal per capita de até R$ 672, conforme parâmetro do Banco Central, para definir esses limites.

Esse avanço representa uma significativa melhoria para 48,7% da população em situação de pobreza e 9,4% daqueles em extrema pobreza no Ceará. Apesar do progresso, o Estado ainda enfrenta desafios: é o terceiro com maior percentual de pessoas pobres e extremamente pobres no Brasil, atrás apenas do Acre e Maranhão.

Os dados reforçam a importância dos programas sociais na redução da desigualdade econômica. Sem essas políticas, o cenário seria muito mais preocupante. De acordo com o IBGE, a extrema pobreza teria atingido 24,2% da população cearense, um aumento de 14,8 pontos percentuais em relação ao índice atual. Já a taxa de pobreza ultrapassaria 55%, um crescimento de quase 7 pontos percentuais.

O impacto também seria sentido no índice Gini, indicador de desigualdade de renda. Sem os programas sociais, ele saltaria dos atuais 0,513 para 0,599, uma alta de 16,7%.

O Nordeste é a região mais beneficiada por essas iniciativas, com quase 10% da renda dos domicílios provenientes de programas sociais. No Ceará, os principais responsáveis pela redução da pobreza são:

  • Bolsa Família, que corresponde a 72,3% das transferências de renda;
  • Benefício de Prestação Continuada (BPC), com 25,7%;
  • Outros programas, que somam 1,9%.

Apesar dos avanços, o Ceará ainda enfrenta desigualdades estruturais. Quando comparado à média nacional, o percentual de pobreza no Estado é 21,3 pontos percentuais maior, e o de extrema pobreza supera em 5 pontos percentuais. Na região Nordeste, o Ceará possui a segunda maior taxa de pobreza e extrema pobreza, ficando atrás apenas do Maranhão.

O IBGE destaca que, embora os programas sociais sejam instrumentos fundamentais para combater a desigualdade, é necessário investir em políticas estruturais de educação, saúde e geração de emprego para garantir mudanças duradouras.

A luta contra a pobreza no Ceará avança, mas a redução da desigualdade permanece como um desafio que exige esforços conjuntos do governo e da sociedade.

Fonte: GC Mais

Fonte: GC Mais