Durante o 6º Encontro Nacional do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), ocorrido na tarde dessa terça-feira (4) em Brasília, o Governo Federal anunciou que vai reduzir de 20% para 15% o limite de alimentos processados e ultraprocessados oferecidos nos cardápios das escolas públicas de todo o Brasil.
Conforme o Governo, essa redução está alinhada visando oferecer alimentação mais saudável aos estudantes, priorizando alimentos mais nutritivos e produzidos localmente, o que contribui também pela maior diversidade da cultura alimentar nas diferentes regiões do País.
Essa determinação atende uma resolução do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação. A proposta é baixar ainda mais esse limite no próximo ano, chegando ao teto de 10% de alimentos ultraprocessados no cardápio escolar.
“Muitas das vezes, a merenda escolar é a única refeição de qualidade do estudante naquele dia”, afirmou a presidente do FNDE, Fernanda Pacobahyba. Ela foi titular da Secretaria da Fazenda do Ceará (Sefaz-CE) durante o segundo mandato de Camilo Santana (PT) no Governo do Estado.
“Sabemos os impactos desses alimentos na alimentação dessas crianças, o problema da obesidade. Portanto, o Pnae vai garantir qualidade nessa alimentação”, frisou Camilo.
Pnae atende milhões de crianças e adolescentes no País
Conforme dados do MEC, o Pnae atende 40 milhões de crianças e jovens em 150 mil escolas em todos os municípios do Brasil. São fornecidas 50 milhões de refeições por dia e aproximadamente 10 bilhões por ano. O investimento nesse setor é de cerca de R$ 5,5 bilhões.
De acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional 2023, do Ministério da Saúde, a cada sete crianças brasileiras, uma está com excesso de peso ou obesidade. Isso significa 14,2% das crianças com menos de cinco anos. A média global é de 5,6%. Entre os adolescentes, a taxa é ainda mais alta e atinge 33% do total.
“A gente investe na alimentação escolar, porque ninguém consegue estudar com barriga vazia. Uma criança que sai de casa sem tomar café, que não jantou uma janta de qualidade com as calorias e a proteínas necessárias à noite, o que ela vai aprender na escola? Quem nunca passou fome não sabe a capacidade de não aprender nada com fome. É duro. Paulo Freire dizia, quando a gente come, a gente fica inteligente”, pontuou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Fonte: G1 Ce