Falta de cirurgião pediátrico prejudica atendimento a crianças no Hospital Waldemar de Alcântara, em Fortaleza

A situação foi denunciada pelo Sindicato dos Médicos do Ceará. A entidade também reclamou do salário pago aos médicos dessa especialidade. A administração do hospital informou que está processo de negociação para a renovação do contrato de prestação de serviços de cirurgia pediátrica.

O Hospital Geral Dr. Waldemar de Alcântara (HGWA), em Fortaleza, está sem médicos cirurgiões pediátricos, conforme denúncia do Sindicato dos Médicos do Ceará. A situação, conforme a entidade, representa riscos para o atendimento de crianças na unidade hospitalar.

Em nota, o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), responsável pelo hospital, informou que está em processo de negociação para a renovação do contrato de prestação de serviços de cirurgia pediátrica no HGWA.

“Ressaltamos que o valor inicialmente solicitado pelo fornecedor, para continuidade do serviço, ultrapassa o limite orçamentário previamente definido. Salientamos, contudo, que os pacientes seguem recebendo a devida assistência, com qualidade e segurança, com o apoio da rede de saúde do estado”, disse a nota do ISGH.

No entanto, de acordo com o sindicato, há cerca de três meses, os cirurgiões pediátricos negociam com o ISGH uma recomposição salarial, alegando defasagem nos valores pagos atualmente. A proposta apresentada pela gestão foi de reajuste com base no índice inflacionário (IPCA), considerado insuficiente pela categoria.

“Essa proposta não representa valorização real e ignora a complexidade da especialidade, que exige formação dupla e anos adicionais de capacitação”, afirmou o presidente do sindicato, Edmar Fernandes.

A entidade também reclamou da disparidade de remuneração entre cirurgiões pediátricos e cirurgiões gerais, alegando que a especialidade pediátrica demanda qualificação mais extensa. O sindicato classificou a situação como um problema que compromete a qualidade do atendimento a crianças em situação de urgência e emergência.

Na última segunda-feira (1º), o sindicato oficiou o ISGH e a secretária de Saúde do estado, Tânia Mara, solicitando providências imediatas. O documento também pede esclarecimentos sobre os critérios de definição da remuneração e a adoção de um reajuste compatível com a complexidade da função.

FONTE: G1 CE