Reordenamento da Beira Mar é iniciado, em Fortaleza, com recadastramento de permissionários
Os ambulantes ouvidos pela TV Cidade Fortaleza que já entregaram a documentação não se opõem ao reordenamento, desde que possam continuar suas atividades onde estão habituados
A Prefeitura de Fortaleza deu início ao reordenamento da Avenida Beira Mar, com o recadastramento dos permissionários do comércio ambulante. A medida abrange o trecho entre o Mercado dos Peixes e a Ponte Metálica e suspende por 180 dias a concessão. Durante esse período, mais de 1.700 permissionários poderão continuar suas atividades normalmente, enquanto passam pela atualização cadastral, sendo realocados para outros pontos da região quando necessário.
Tiago Nobre, ambulante que vende bebidas na Praia de Iracema há quatro anos, se disse apreensivo com a suspensão das permissões. “Todo o meu sustento é daqui, entendeu? Eu e minha esposa. E eu fiquei muito triste. Minha vida está aqui. Se um dia me tirarem daqui, eu não sei nem o que eu faço com a minha vida. Eu só vivo disso aqui”, disse, ao falar com a equipe de reportagem da TV Cidade Fortaleza.
Joseane da Costa, que depende da venda de pipocas, também se mostrou insegura com o processo: “eu fui lá na regional, eles não falaram, por isso que eu fiquei, [achei] muito incerto… Em nenhum momento alguém disse ‘não, fique tranquilo, fique sossegado…’ Não teve aquele momento ‘não, fique calmo, vai dar certo’.”
Para organizar a Beira-Mar, a Prefeitura dividiu a orla em 12 setores e já iniciou o recadastramento no setor 1, conforme explicou o secretário da Regional 2, Márcio Martins. “Já nos procuraram quase 60 permissionários do trecho 1. Nem é um dos mais complexos, a gente ainda vai enfrentar muita coisa pela frente, mas já vieram à Regional, já se apresentaram, já apresentaram suas documentações.” Ele também destacou a busca ativa feita pelas equipes para informar os permissionários, ressaltando que os profissionais da Secretaria estão na rua, em diálogo com os comerciantes.
Os ambulantes que já entregaram a documentação não se opõem ao reordenamento, desde que possam continuar suas atividades onde estão habituados. “É bem-vindo, tudo o que é pra melhorar, só não pode desamparar a gente aqui, nem deixar sem trabalho, porque a gente precisa, nesses momentos difíceis pra caramba”, pontua Maria da Costa, que também trabalha na região. “Pegou a gente um pouco de surpresa também, né? Mas a gente tá aguardando coisas boas.”
Fonte: Gcmais