Lula fará discurso na Assembleia da ONU nesta terça (23); confira o que o presidente deve abordar
Esse poderá ser o primeiro momento de contato direto entre Lula e Trump, presencialmente, desde que o presidente dos EUA determinou uma sobretaxa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará o discurso na abertura do Debate Geral da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (23), em Nova York. Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro país a falar no evento, logo após o secretário-geral da ONU, António Guterres, e a presidente da Assembleia, Annalena Baerbock.
No discurso, Lula deve abordar temas centrais da política externa brasileira, como democracia, multilateralismo e a necessidade de uma reforma na ONU. Também deve abordar a importância da soberania dos países, em meio aos ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pressionar a Justiça brasileira – incluindo a imposição do tarifaço de 50% sobre a importação de produtos brasileiros. Lula ainda deverá enfatizar a defesa do livre comércio mundial, com críticas calibradas às ações de Trump. Outro ponto a ser destacado será a questão ambiental. Lula deve destacar a importância do empenho internacional contra as mudanças climáticas e a transição energética, especialmente por ser o Brasil o país anfitrião da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que ocorrerá em novembro. O presidente buscará viabilizar o financiamento para ações climáticas por países desenvolvidos.Além disso, poderá também falar sobre paz e sobre os conflitos atualmente em curso, como o que ocorre na Ucrânia, além dos bombardeios promovidos por Israel na Faixa de Gaza. Lula vem defendendo publicamente um cessar-fogo e negociações para interromper os ataques.
Primeira viagem aos EUA desde o tarifaço
Essa é, além disso, a primeira vez que ele vai ao país desde o anúncio do tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump. Esse poderá ser o primeiro momento de contato direto entre Lula e Trump, presencialmente, desde que os dois assumiram a presidência do Brasil e dos Estados Unidos, respectivamente.
Lula viaja para os EUA para fazer discurso na Assembleia Geral da ONU e participar de outros eventos internacionais
Além da participação na Assembleia Geral, Lula também comparecerá irá a eventos paralelos, incluindo a Conferência Internacional para a Resolução Pacífica da Questão Palestina, organizada pela França e Arábia Saudita, que busca o reconhecimento internacional do Estado Palestino e o fim do conflito na região.
Na quarta-feira (24), o presidente participa da segunda edição do evento Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo, acompanhado de representantes de cerca de 30 países. Além do Brasil, lideram a iniciativa os presidentes do Chile, Gabriel Boric, e da Espanha, Pedro Sánchez.
Também no dia 24, um evento sobre crise climática – outra prioridade da agenda de Lula em Nova York – será copresidido pelo Brasil e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. O encontro deve incluir a apresentação de novas contribuições nacionalmente determinadas (NDC, na sigla em inglês).
O presidente ainda participa, em Nova York, de evento organizado pelo Brasil para ampliar o apoio à construção do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, a ser lançado em Belém com o objetivo de financiar a preservação de florestas. Outra agenda é o encontro promovido pelo Centro Global de Adaptação para discutir mecanismos de adaptação à mudança climática.
A delegação brasileira também deve participar, a partir do dia 22 de setembro, da Semana do Clima de Nova York 2025. O encontro, que promove cerca de 500 eventos com lideranças de governos e da sociedade civil do planeta, ocorre desde 2009 de forma simultânea à Assembleia Geral da ONU e serve como evento preparatório à COP30.
Fonte: Gcmais