3º Fórum Cearense de Empresas Familiares promove troca de experiências e debate sobre sucessão e governança

Evento contará com painéis sobre governança, sucessão, estratégias de crescimento, investimentos, e a integração entre gerações

Fortaleza sediará, no dia 16 de outubro, o 3º Fórum Cearense de Famílias Empresárias, um evento que se consolida como espaço de troca de experiências e reflexões sobre os desafios da gestão e sucessão em empresas familiares. A iniciativa busca aproximar fundadores, herdeiros e executivos, promovendo o compartilhamento de vivências e estratégias que ajudem a garantir a continuidade desses negócios, que representam mais de 80% das empresas no Brasil.

Entre os participantes, estará a empresa da família do empresário Luís Carlos Queiroz, que atua há quase 40 anos no setor de engenharia para geração, transmissão e distribuição de energia. “A empresa é uma extensão da família. O primeiro cuidado dos fundadores, tanto meu pai quanto minha mãe, foi uma valorização muito grande da família. É uma coisa que está no DNA da empresa”, destaca Luís Carlos, que atualmente é o CEO do negócio.

Ele afirma que a empresa se prepara agora para a terceira geração: “Meu irmão mais velho hoje é quem trabalha como supply, é um bom negociante, então faz um bom trabalho junto a fornecedores. E o Alexandre, que é mais seguro, está dentro como CFO. Essa busca de talentos, a identidade de quem tem a maior habilidade para trabalhar nesses setores, é esse o grande desafio que nós temos agora para a terceira geração.”

O fórum contará com painéis sobre governança, sucessão, estratégias de crescimento, investimentos, e a integração entre gerações. Um dos palestrantes, o empresário Rafael Saldanha, explica a importância do evento: “O Fórum é um momento para aumentar a consciência e também o conhecimento dessas famílias empresárias entre si. A gente tenta trazer todos os temas mais caros para uma empresa familiar, como governança, gestão, investimentos, integração entre gerações, conflitos internos, falta de profissionalização e, principalmente, como trazer as novas gerações para dentro do negócio e como eu supero os problemas que levam a empresa familiar a não ter perpetuidade.”

Apesar da importância econômica, a sobrevivência dessas empresas ainda é um grande desafio. “Empresas familiares respondem por mais de 80% dos negócios no Brasil, mas só 5% delas chegam à terceira geração. Então, a cada 100 empresas, 80 serão familiares, mas só cinco vão chegar lá para os netos”, afirma Saldanha.

Para ele, a profissionalização e o planejamento sucessório são fundamentais: “Há uma dimensão importante dessas empresas decidirem sobre a perpetuidade. Se vão ou não topar o desafio de se profissionalizar ou se a empresa morre junto com o fundador.”

As inscrições para o fórum seguem abertas, mas com vagas limitadas. Segundo os organizadores, há uma curadoria cuidadosa sobre os participantes. “A gente acaba fazendo um filtro para saber se quem está fazendo a inscrição é mesmo uma pessoa que tem origem numa empresa familiar. A gente abre poucas vagas, apenas 10% para o público em geral”, ressalta Saldanha.

Com base em histórias reais de empresas cearenses e um olhar atento para os principais entraves que comprometem a longevidade desses negócios, o fórum se propõe a ser um ambiente de aprendizado, conexão e fortalecimento das empresas familiares no estado.

Fonte: Gcmais