Camilo Santana anuncia 5 mil vagas em cursos de tecnologia e parte pode ser ofertada no Enem 2025

Evento realizado pelo MEC em Brasília reúne 63 instituições e 1.434 expositores, que vão apresentar projetos desenvolvidos por estudantes, professores e técnicos

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), anunciou a criação de novos cursos em universidades e institutos federais nas áreas que envolvem tecnologia e inovação por meio do Programa Universidades Inovadoras e Sustentáveis. Ao todo, serão 5 mil novas vagas voltadas para ensino superior e tecnológico, e parte delas pode ser oferecida já no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, que será realizado nos dias 9 e 16 de novembro.

De acordo com o ministro, ainda estão sendo definidos quais cursos serão abertos em quais instituições de ensino. Além disso, ele explicou que o aporte financeiro inicial será voltado para a contratação de novos professores. A abertura de novas vagas para esses profissionais já está sendo autorizada pelo Governo Federal, segundo acrescentou Camilo Santana.

“Queremos que todas as universidades, em todas as regiões, possam ofertar esses novos cursos, e o investimento que vamos fazer agora é em pessoal, em professores, e [vamos] utilizar laboratórios e estruturas que já temos nas nossas universidades”, afirmou o ministro da Educação, em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (7), em Brasília, durante a 5ª edição da Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica (SNEPT).

Realizado pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), o evento busca contribuir para a valorização e a promoção da Educação Profissional e Tecnológica no País.

Neste ano, a 5ª SNEPT tem como tema “Juventudes que inovam, Brasil que avança” e ocorre de forma integrada ao Festival Internacional de Inovação e Sustentabilidade da Indústria – Curicaca, promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) com foco nos temas da inovação, tecnologia, sustentabilidade e modernização industrial.

A cerimônia de abertura contou com a participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Instituições adaptadas ao novo mercado

Questionado sobre os eixos do programa Universidades Inovadoras e Sustentáveis, o ministro explicou que têm sido realizadas discussões com os reitores das universidades sobre a necessidade de serem ofertados cursos “mais conectados com o atual mundo do trabalho”.

Para isso, a proposta é criar novas formações em áreas como ciência, tecnologia, engenharia e matemática, com abordagem de robótica, inteligência artificial e novas matrizes energéticas.

 

A ideia é exatamente lançar cursos conectados com essa nova realidade, […] que existe tanto na formação técnica profissionalizante, como no ensino superior. Então, as nossas instituições precisam estar adaptadas, conectadas a esse novo mundo atual, tecnológico e inovador, esse mundo que nós estamos vivendo da velocidade, da informação muito rápida, e que nós precisamos nos adaptar.
Camilo Santana

Ministro da Educação

 

Durante a coletiva de imprensa, Camilo Santana também foi questionado sobre como será o diálogo com a indústria para receber os concludentes desses novos cursos. Sobre o tema, o ministro falou sobre o reforço financeiro a 20 Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) de universidades federais, órgãos responsáveis por gerenciar a inovação tecnológica das instituições.

Em maio deste ano, o MEC anunciou a chamada pública para o Programa Acelera NIT Brasil, que busca fortalecer 20 NITs selecionados “por meio da inovação, do empreendedorismo e da sustentabilidade, com ações de promoção da profissionalização e estruturação”, segundo o Ministério. O programa prevê apoio aos núcleos em três núcleos: trilhas de aceleração; consultorias no formato concierge; e aporte de recursos financeiros, com investimento de R$ 3,76 milhões.

Além disso, o ministro destacou a criação de um grupo de trabalho para discutir a modernização das fundações das universidades para agilizar os investimentos do setor privado nas instituições. “[A ideia é fazer] como acontece em muitas fundações nos Estados Unidos e em vários países do mundo. São fundações mais modernas, com mais agilidade do ponto de vista do recebimento de recursos”, apontou.

 

As universidades públicas são responsáveis por quase 90% das pesquisas realizadas nesse País. E muitas são pesquisas desenvolvidas para atender o mercado, o setor produtivo. Então, a importância também de melhorar essa relação dos investimentos dentro das universidades para pesquisa, para inovação, dentro dessa lógica hoje conectada do ‘Nova Indústria Brasil’.
Camilo Santana

Ministro da Educação

 

O que é a Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica?

Realizada gratuitamente entre terça-feira (7) e quinta-feira (9), a 5ª Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica reúne 63 instituições e 1.434 expositores, que vão apresentar 400 projetos desenvolvidos por estudantes, professores e técnicos em áreas como robótica, gastronomia, foguetes, jogos e exposições interativas.

O objetivo do evento é contribuir para a divulgação da Educação Profissional e Tecnológica, ampliando o reconhecimento social e o crescimento da modalidade por meio da integração de estudantes e profissionais.

“É o momento em que os nossos jovens dos Institutos Federais vão apresentar tudo aquilo que eles desenvolveram, criaram de inovação, de pesquisa no seu instituto. É uma experiência inovadora também para os próprios alunos, que saem dos seus estados, das suas cidades, vêm para Brasília e vão interagir também com o conhecimento de outros institutos federais”, destacou o ministro.

Camilo Santana também citou que, no evento, os estudantes também terão oportunidade de participar de outros eventos paralelos, com palestras e discussões sobre a Nova Indústria Brasil e sobre a importância da ciência, da tecnologia e da inovação, no atual contexto de transição energética no mundo e da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) no Brasil.

“É uma experiência para o aluno, mas também é [uma oportunidade de] mostrar a força das nossas instituições federais, mostrar o que há de melhor nesse País. É preciso termos muito orgulho dessas instituições e do que esses alunos têm desenvolvido ao longo do tempo nos seus estados e nos seus municípios”, finalizou.

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE