A Enel Distribuição Ceará lança, nesta quinta-feira (23), um projeto inédito no estado que utiliza nanotecnologia para reforçar o combate ao furto de cabos elétricos. A iniciativa, que será apresentada às 9h30 no auditório da companhia, no bairro Joaquim Távora, em Fortaleza, emprega uma tinta especial capaz de criar um “DNA” único nos cabos de energia. Esse marcador permite rastrear e identificar o material mesmo após a retirada ou venda ilegal, facilitando investigações e responsabilização dos envolvidos.
A tecnologia é mais uma estratégia da Enel para reduzir os prejuízos causados por furtos de fios e cabos, crimes que impactam diretamente a distribuição de energia e colocam a população em risco. Durante o evento, a empresa divulgará ainda um balanço atualizado dos casos registrados no Ceará em 2025, além dos danos operacionais e financeiros provocados por esse tipo de ocorrência. A apresentação contará com a presença de representantes da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), reforçando a integração entre o setor elétrico e os órgãos de segurança no enfrentamento ao problema.
Segundo a Enel, o furto de cabos provoca interrupções no fornecimento de energia, compromete serviços essenciais e pode causar acidentes graves. Em algumas regiões, hospitais, escolas e sistemas de semáforos já foram afetados. Além disso, os criminosos se expõem a risco de morte devido à alta tensão da rede elétrica.
Lei aumenta pena para roubo e furto de cabos elétricos e de telefonia
A preocupação com esse tipo de crime também tem mobilizado o governo federal. No dia 29 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 15.181, que aumenta as penas para roubo e furto de cabos elétricos, de telefonia, transmissão de dados e transporte ferroviário e metroviário. A legislação altera o Código Penal e cria agravantes específicas para esses delitos.
Com a nova lei, a pena para roubo, que hoje varia de quatro a dez anos, pode ser ampliada em até metade quando envolver equipamentos de energia ou telecomunicações, chegando a 15 anos de prisão. Para furto, a punição passa de dois a oito anos quando o crime comprometer o funcionamento de serviços essenciais. A legislação também prevê agravantes para receptação: empresas ou pessoas flagradas comprando ou revendendo cabos furtados podem ter a pena dobrada.
Além das punições penais, a lei impõe sanções administrativas a empresas contratadas pelo poder público que utilizarem cabos de origem criminosa em obras ou serviços de telecomunicação. Entre as penalidades previstas estão multa, suspensão do contrato, perda de licitação e declaração de inidoneidade. A nova lei também classifica como clandestinas atividades realizadas com equipamentos oriundos de crimes.
O texto aprovado pelo Congresso previa ainda a suspensão de obrigações regulatórias de empresas prejudicadas por furtos, mas esse trecho foi vetado pelo Executivo. Segundo a justificativa do governo, a proposta poderia aumentar o risco regulatório e comprometer a qualidade do serviço prestado à população. Também foi vetado o dispositivo que alterava a pena de lavagem de dinheiro relacionada a esse tipo de crime.
Com a combinação de tecnologia de rastreamento e endurecimento das penas, a expectativa é reduzir os índices de furto de cabos no Ceará e no restante do país. A Enel afirma que a aplicação da tinta nanotecnológica começará por áreas com maior incidência de ocorrências e, posteriormente, poderá ser expandida para toda a rede de distribuição.
Fonte: Gcmais