O Rio de Janeiro recebeu seu primeiro domingo olímpico, o segundo dia de competições da primeira Olimpíada realizada na América do Sul. E o domingo levará para a história choro marcante, mais um capítulo da imponente história do maior vencedor olímpico de todos os tempos e, para o Brasil, zebras e decepções, triunfos surpreendentes mas sem medalhas.
Esportes coletivos
O dia começou com o Brasil quase fazendo “um milagre” no basquete. Depois de chegar ao intervalo perdendo por 58 a 29 para a Lituânia, a seleção de Rubén Magnano quase conseguiu a virada. Mas não deu tempo: perdeu por 82 a 76. O futebol foi a decepção que fechou o dia: empate por 0 a 0 com o Iraque, em atuação fraquíssima e que deixou o time correndo sérios riscos de eliminação – será que mais um trauma olímpico ficará para a história do futebol brasileiro? A alegria coletiva foi uma só: o handebol masculino, que nem foi para Londres-2012,conseguiu vencer a Polônia, medalha de bronze no Mundial-2015.
Sem medalhas, mas com alegria
O Brasil não conquistou medalhas no domingo, mas teve algumas alegrias inesperadas: Hugo Calderano, no tênis de mesa, bateu o 15° no ranking mundial da modalidade para alcançar as oitavas de final, igualando a melhor campanha de um brasileiro na modalidade. Outro que conseguiu a melhor campanha do país em um esporte foi Guilherme Toldo, que caiu nas quartas do florete, nas esgrima. As mulheres também tiveram sua parte no espetáculo: no levantamento de peso, Rosane Santos foi quinta colocada na categoria até 53 kg. ela ficou chateada por não conquistar medalha, mas quem liga para isso? Sua história já é marcante.
Ginástica
Outras mulheres que construíram belos resultados neste domingo foram as da ginástica. Rebeca Andrade chegou a final do individual geral, na qual terá companhai de Flávia Saraiva. Esta, por sua vez, disputará a decisão na trave. E a seleção completa ainda alcançou a final geral.
Tênis
O dia do tênis foi, talvez, o mais agitado entre as modalidades. Para o Brasil, vieram as classificações de Thomaz Bellucci nas simples, contando com a desistência de Dustin Brown, e nas duplas, em zebra impressionante ao lado e André Sá, eliminando os irmãos Murray. Também nas duplas, Marcelo Melo e Bruno Soares avançaram, diferentemente das irmãs Williams, que perderam pela primeira vez em Olimpíadas – elas são donas de três ouros, mas sairão do Rio sem o tetra. Mas a cena mais marcante veio com lágrimas: Novak Djokovic durou apenas dois sets na chave de simples. O número um do mundo foi eliminado por Juan Martin Del Potro, o mesmo que o derrotou na disputa do bronze em Londres, e saiu de quadra chorando. Ele ainda sobrevive nas duplas, e joga contra Melo e Soares.
Phelps, a lenda
Michael Phelps já caiu na piscina, e chegou fazendo história: conquistou sua 23ª medalha olímpica, a 19ª de ouro, ao vencer com a equipe americana o revezamento 4×100 m livre. Para completar, colocou enfim os EUA na liderança do quadro de medalhas: os prováveis campeões alcançaram o terceiro ouro (o 2° foi com Katie Ledecky, nos 400 m livre, com recorde mundial de 3m56s46, mais de dois segundos abaixo do anterior) e ultrapassaram a Austrália e a China, com três ouros, cinco pratas e quatro bronzes. Ledecky não foi a única a bater recorde: a sueca Sarah Sjostrom quebrou a marca nos 100 m borboleta, enquanto o britânico Adam Peaty fez o recorde nos 100 m peito.
A cena triste
O momento mais forte do dia, no lado negativo, veio do ciclismo: a holandesa Annemiek Van Vleuten liderava a prova de ciclismo de estrada quando sofreu um acidente grave numa curva, caiu da bicicletae assustou os fãs que acompanhavam a prova.
O primeiro ouro do estreante
O Kosovo estreia em Olimpíadas nesta edição. E, logo no segundo dia, conquistou sua primeira medalha. Mais do que isso: ela foi logo dourada. No judô, Majlinda Kelmend, que em 2012 competiu sob a bandeira da Albânia, carregou a bandeira do Kosovo na cerimônia de abertura e, dois dias depois, levou o ouro na categoria até 52 kg.
– Essa medalha significa muito. As pessoas, especialmente as crianças, em Kosovo olham para a gente como uma heroína. Acabei de provar para elas que, apesar da guerra, mesmo depois de sobreviverem da guerra, se querem mudar alguma coisa, elas podem. Se desejam ser campeões olímpicos, podem – disse a judoca.
Jornalista, editor chefe e blogueiro raiz