Empresa de Eunício está entre alvos de nova fase da Lava Jato
A Polícia Federal cumpriu na manhã desta terça-feira, 21, pelo menos 21 mandados judiciais da “Operação Satélite”, nova fase da Lava Jato. Entre os alvos da ação, está a sede em Brasília da empresa Confederal Vigilância e Transporte de Valores, propriedade do senador Eunício Oliveira (PMDB).
Segundo o jornal Correio Braziliense, também foi alvo de busca e apreensão a casa do empresário Ricardo Augusto, presidente da empresa. Embora proprietário da Confederal, Eunício afirma estar afastado da direção da empresa desde 1998.
Alvos teriam relações com os senadores Eunício Oliveira, presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Humberto Costa (PT-PE). Apesar de os investigadores terem se baseado nas delações da Odebrecht, os mandados judiciais não têm relação com os 83 pedidos de inquérito enviados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo.
“Verdade prevalecerá”, diz Eunício
Na primeira delação da Odebrecht tornada pública, o executivo Cláudio Melo Filho disse ter pago propina a Eunício, em duas parcelas de R$ 1 milhão, entre outubro de 2013 e janeiro de 2014.
O valor, que teria abastecido campanha do peemedebista ao governo do Ceará em 2014, seria contrapartida por apoio a uma MP que concedeu incentivos tributários à Odebrecht. Segundo o delator, Eunício figurava na lista da empreiteira com o codinome “Índio”.
Em nota, o advogado Aristides Junqueira, coordenador da defesa de Eunício, classificou os pedidos de inquérito como “caminho natural” de uma investigação e destacou que todas as doações recebidas pelo senador seguiram a lei. “O senador tem a convicção que a verdade dos fatos prevalecerá”, diz a nota.
Contratos com a União
Alvo da ação desta terça, a Confederal é uma das empresas controlada pelo grupo Remmo Participações e recebeu R$ 164 milhões por contratos firmados com o governo federal entre 2010 e 2014. Em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral em 2014, o senador disse controlar 99,99% das ações do grupo.
Outro alvo foi o empresário Mario Barbosa Beltrão, ligado ao senador humberto Costa. Segundo o primeiro delator da Lava Jato, Paulo Roberto Costa, Beltrão solicitou R$ 1 milhão em propinas para “auxiliar na campanha do Humberto Costa” em 2010.