Transposição terá obras retomadas no trecho norte
No fim da tarde de ontem, o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, assinou ordem de serviço com o consórcio Emsa-Siton para a retomada das obras do Eixo Norte do Projeto de Transposição das Águas do Rio São Francisco (Pisf), que trará águas ao Estado do Ceará. O contrato é de R$ 132 milhões. O documento foi firmado no mesmo dia em que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, derrubou a liminar que travava o avanço da obra.A ordem de serviço foi assinada pelo ministro Helder Barbalho, pelo presidente da Câmara dos Deputados e presidente da República em exercício, Rodrigo Maia, pelo representante legal do consórcio e tendo como testemunha, o senador cearense Eunício Oliveira, presidente do Senado. “Essa é uma das obras mais importantes para o Nordeste. Água, vida para o povo cearense e para o povo nordestino”, afirmou Eunício.
O longo atraso na retomada gerou uma mobilização política diante da crise hídrica que se agrava no Nordeste. Nesta terça-feira, uma semana após uma reunião entre governadores do Nordeste, o ministro Hélder Barbalho, e a presidente Carmen Lúcia, veio a decisão do STF de suspender os efeitos de uma liminar que impedia a contratação do consórcio Emsa-Siton.
O governador do Ceará, Camilo Santana, comemorou, ontem, a decisão da presidente do STF e disse que a retomada dos serviços dará segurança hídrica ao Ceará. “Estamos enfrentando seis anos seguidos de chuvas irregulares, de perda de água nos reservatórios. Precisamos com urgência da água do São Francisco e para isso estamos concluindo o primeiro trecho do Cinturão das Águas”, disse.
Na sessão do Senado, o senador Tasso Jereissati também destacou a assinatura da órdem de serviço. “Uma obra importantíssima para amenizar os efeitos da seca no Ceará”.
LicitaçãoO consórcio foi escolhido por meio de processo licitatório e, por questões técnicas, as empresas que ofereceram menor preço foram desclassificadas. A obra está paralisada há um ano, depois que a empresa Mendes Júnior desistiu do contrato.
Os serviços devem ser retomados o mais rápido possível, e o prazo para a empresa apresentar apólice de seguro de risco de engenharia e organização do canteiro de obras é de 30 dias.
Segundo o Ministério, serão abertas várias frentes simultâneas para acelerar os trabalhos. As empresas estão autorizadas a começar a mobilização de pessoal, e as máquinas já deverão estar em campo na semana que vem. No pico das atividades, cerca de dois mil profissionais serão contratados. O ministro Helder Barbalho quer máquinas trabalhando em julho e disse que o governo federal vai trabalhar para que o trecho possa ser concluído até o fim deste ano.
Fique por dentro
Intervenções passaram um ano parados
Em julho de 2016, a obra do Eixo Norte 1 do Projeto de Transposição das Águas do Rio São Francisco foi paralisada mediante a decisão da empresa Mendes Júnior de abandonar o canteiro de obras, alegando falta de recursos.
Em dezembro de 2016, o Ministério da Integração Nacional anunciou o modelo de licitação por Regime de Contratação Diferenciado para escolha da empresa que iria retomar as obras de transposição.
Em 1º fevereiro de 2017, o Ministério concluiu a primeira fase da licitação e anunciou como vencedora a empresa Passareli, que apresentou menor valor, R$ 442 milhões.
Em 20 de abril, o Ministério assinou o contrato com o consórcio Emsa-Siton no valor de R$ 516,8 milhões. As empresas foram declaradas vencedoras do processo licitatório, por terem apresentado a proposta mais vantajosa na combinação dos fatores preço e expertise técnica.
No fim de abril de 2017, houve uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que paralisou a retomada da obra, concedendo liminar à empresa que obteve primeira colocação, mas foi desclassificada por critério técnico.

