A origem e os efeitos da epidemia de fake news na internet

As informações falsas espalhadas na internet se tornaram uma “epidemia” que percorre o mundo. As chamadas fake news fazem parte de uma “guerra da informação” que pode ser promovida por objetivos políticos, econômicos ou ideológicos.
O tema foi debatido ontem na Rádio O POVO/CBN, que contou com a presença da professora do curso de Comunicação Social Publicidade da Universidade Federal do Ceará (UFC), Helena Martins, o mestre em direito constitucional e membro do coletivo por Ministério Público Transformador, Élder Ximenes, e a jornalista e editora-executiva da Editora Dummar, Regina Ribeiro.
SÉRIE DE DEBATES da Rádio O POVO/CBN segue até amanhã Gustavo Simão - Especial para O POVODe acordo Helena Martins, em 2017, o Conselho Europeu fez um grupo de estudos com cerca de 40 pessoas e, após uma consulta pública, formulou um relatório que vai discutir a temática na União Europeia. O documento define as fake news como uma “desinformação”, por se tratar de uma prática intencional de produção de “notícias fraudulentas” em uma sociedade permeada pelos meios de comunicação.
A professora alerta que o termo fake news é recente, mas a desinformação não surgiu agora. A produção intencional de conteúdos com intuito de confundir os consumidores, faz parte, segundo ela, de um contexto histórico.
Ela ressaltou que as “notícias fraudulentas”, tratam de enquadramentos equivocados, com motivos de cunho político, econômico e ideológico, que são bastante compartilhados na imprensa tradicional e agora são projetados de outra forma na internet.
A “desinformação”, segundo Élder Ximenes, é um método antigo, utilizado como “instrumento de guerra”. “É uma técnica que foi atualizada para dominação de um grupo sobre outro, seja econômico, seja político, ou mesmo de uma nação sobre outra”, relata.
Já a jornalista Regina Ribeiro destacou que grande parte das fake news se baseiam em notícias verdadeiras e carregam alguma distorção. Como exemplo, a jornalista relembra o caso de Marielle Franco, assassinada a tiros em março deste ano. Após o homicídio da vereadora do Psol-RJ, várias mentiras sobre ela circularam na internet.
Helena Martins acredita que não cabe somente ao jornalista o dever de combater as fake news. Segundo ela, é necessário apostar em uma “educação midiática”, que faça com que a sociedade questione o conteúdo que é veiculado na Internet, tanto pelos grandes meios de comunicação quanto pelos veículos menores e outros meios.