Novo presidente da Funarte afirma que rock leva ao aborto, satanismo e drogas

Recém nomeado presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte) pelo governo Jair Bolsonaro, o maestro Dante Mantovani possui um canal no YouTube onde publica vídeos sobre análises musicais. Em um desses vídeos, Mantovani afirmou que o rock leva ao aborto e ao satanismo. As informações são do O Globo.

Nos vídeos do aluno do guru da direita Olavo de Carvalho, o tema é quase sempre voltado para a música. Em uma das análises, ele compartilha teorias de que agentes comunistas infiltrados na CIA – a agência de inteligência dos Estados Unidos – distribuíram drogas para jovens no festival de música de Woodstock, realizado em 1969. O objetivo desta iniciativa seria destruir a família, tida como a “base” do capitalismo.

“Woodstock foi aquele festival da década de 60 que juntou um monte de gente, os hippies fazendo uso de drogas, LSD, inclusive existem certos indícios de que a distribuição em larga escala de LSD foi feita pela CIA. Mas como pela CIA? Tinha infiltrados do serviço soviético lá”, afirma.

Ainda no mesmo assunto, Mantovani acusa o gênero musical de influenciar negativamente o público. “O rock ativa a droga que ativa o sexo que ativa a indústria do aborto. A indústria do aborto por sua vez alimenta uma coisa muito mais pesada que é o satanismo. O próprio John Lennon disse que fez um pacto com o diabo”, acusa.

Além da carreira como maestro, o novo presidente da Funarte oferta um curso online intitulado “Seminário de Música”, com valor de R$ 457. Ele também produziu o curta-metragem amador “Deus acima de todos”, em que acompanha a eleição de Jair Bolsonaro e a devoção de seus seguidores.

Dante Mantovani foi procurado pela reportagem do O Globo, mas afirmou que estava a caminho de Brasília e não poderia falar com a imprensa até quarta-feira, 4, seguindo recomendação do Secretário Especial de Cultura, Roberto Alvim.As afirmações de Mantovani foram registradas em um vídeo no seu canal no YouTube

As afirmações de Mantovani foram registradas em um vídeo no seu canal no YouTube (Foto: Reprodução/YouTube)