A crise energética no Brasil e no Mundo

O Brasil viveu no ano de 2021, uma nova crise energética, inclusive com risco da ocorrência de apagão. Esse cenário teve como uma de suas causas, em primeiro lugar, a maior crise hídrica do país das últimas nove décadas, marcada pela escassez de chuvas e diminuição do nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas.

Por: Manoelzinho Canafístula – Foto: Manoelzinho Canafístula

O segundo maior desafio da humanidade é a crise energética, cuja causa está intimamente ligada a água e a outros fatores que se agravaram com a pandemia e a ausência de investimentos no setor. Na carta do editor desta quinta-feira (5), o leitor vai conhecer as principais causas e consequências da grave crise energética que afeta a vida das pessoas no Brasil e no mundo. E no Ceará, além da crise que afeta o país, ainda temos que lutar com todas as forças que dispomos, contra um aumento abusivo nas contas dos consumidores residenciais, que podem pagar em média 25% a mais em suas próximas contas de energia. A Câmara Federal já está com um projeto de lei pronto para entrar em pauta e barrar o aumento abusivo por parte da ENEL e que foi autorizado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

A ENEL em nota publicada nesta semana informou que inaugurou na última terça-feira dia 3, a nova subestação de Itarema. Segundo a nota o novo equipamento é automatizado e moderno com capacidade instalada de 16 MVA. Com um investimento de R$ 11 milhões, a nova estrutura vai absorver, além do município, cargas de Acaraú e Amontada. Segundo a nota a obra vai melhorar a qualidade do fornecimento e os níveis de tensão para os clientes da região. No final da tarde da inauguração do equipamento, mais uma vez, faltou energia na cidade de Itarema.

Segundo o estudante e morador da zona rural de Itarema, Renan Nascimento, de 18 anos, as quedas de energia são frequentes onde ele mora, principalmente no período invernoso. Além disso, quando ele tenta contato com a companhia para regularizar a situação, não consegue atendimento. Segundo ele no último domingo (1º), por exemplo, a energia faltou por volta de 10h da manhã. Quando ele conseguiu ligar, a empresa disse que às 15h o problema seria resolvido e não foi. Ainda segundo e estudante, foi feito uma segunda tentativa e deram o prazo para as 18h, mas também nada foi feito. A energia só foi restabelecida às 8h da manhã seguinte.

Os problemas também são relatados por moradores da Região Metropolitana de Fortaleza. Em Itaitinga uma moradora há seis meses não consegue usar aparelhos eletrodomésticos à noite por conta da baixa potência da energia. Sem contar as inúmeras famílias do interior que estão há meses sem conseguir ter energia em casa, por ausência de uma polícia de expansão da empresa, gerando uma queda significativa da qualidade de vida das pessoas e afetando a economia como um todo.

O Brasil viveu no ano de 2021, uma nova crise energética, inclusive com risco da ocorrência de apagão. Esse cenário teve como uma de suas causas, em primeiro lugar, a maior crise hídrica do país das últimas nove décadas, marcada pela escassez de chuvas e diminuição do nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas. A elevada dependência da fonte hídrica, embora menor do que na crise de 2001, e a falta de planejamento e ação rápida agravaram ainda mais a crise energética no país.

Entre as medidas que foram adotadas está o acionamento das termelétricas, o que ocasionou a criação de barreiras tarifárias, encarecendo as contas do consumidor final, e obrigando as pessoas a mudarem seus hábitos diários de forma a economizar, e também ao racionamento voluntário de energia. Apesar disso, especialistas acreditam que o risco de interrupção repentina do fornecimento de energia ainda está presente.
Uma crise energética corresponde a um problema conjuntural causado por uma combinação de fatores de ordem natural e estrutural que afetam a geração de energia elétrica em uma determinada localidade, deixando de corresponder à demanda e causando, assim, uma sobrecarga no sistema. Foi isso que ocasionou a necessidade de racionamento, blecautes ou apagões, encarecimento das contas mensais, que, por sua vez, interferem diretamente nos preços de bens de consumo, e até mesmo originar ou aprofundar crises políticas. O Brasil ainda depende em grande parte das hidrelétricas para a geração de energia, atribui-se como uma das principais causas da atual crise de energia o que tem sido categorizado como a pior crise hídrica vivida pelo país nos últimos 91 anos.

A atual crise hídrica no Brasil é caracterizada pela escassez de chuvas e o desabastecimento dos principais reservatórios de água do país, que operaram com capacidade abaixo do ideal. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), os reservatórios que abastecem as hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste operavam, no início de setembro de 2021, com 20,66% de sua capacidade, sendo esse o nível o mais baixo entre todos os subsistemas que fornecem água para a geração de eletricidade.

No Sul, o volume é de 26,47%. Os subsistemas do Nordeste e do Norte operam, respectivamente, com 48,53% e 69,44%. Somente o subsistema da região Norte opera acima da capacidade considerada a ideal, que é de 60%. No centro do problema de desabastecimento de água estão, a degradação dos biomas brasileiros, que tem se acelerado a ritmos alarmantes nos últimos anos. As queimadas e, em maior escala, o desmatamento têm influenciado diretamente na circulação atmosférica e na transferência de umidade da Amazônia para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, além de prejudicarem nascentes e cursos d’água de outras formações, como o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pantanal. Soma-se às condições locais as mudanças climáticas e a ocorrência de fenômenos como o La Niña, que derruba o índice pluviométrico nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, onde se situam importantes reservatórios, como os de Itaipu, Furnas e Cantareira.

A revogação do horário de verão, o que ocorreu no ano de 2019, contribuiu para o aumento da demanda por eletricidade no chamado horário de pico (de 18 a 21h), assim chamado por ser o intervalo em que há maior utilização de luzes e aparelhos ligados na energia. O adiantamento dos relógios estendia o período de luminosidade, favorecendo a menor utilização de luz elétrica e, assim, diminuindo a sobrecarga no sistema. Outro motivo que contribuiu para o agravamento da atual crise energética é a falta planejamento e de reação rápida por parte do governo federal, repetindo o padrão de anos atrás, quando o país foi submetido ao racionamento energético entre 2001 e 2002.

A principal medida adotada como meio de contenção da crise energética no Brasil em 2021 foi o acionamento das usinas termelétricas para abastecer o sistema nacional e complementar o atendimento da demanda interna. As termelétricas geram eletricidade por meio da queima de combustíveis como óleo diesel e biomassa. Esse processo, além de ser mais poluente para o meio ambiente, é mais caro e gera um custo adicional para o consumidor final na sua conta de energia.

O custo aparece cobrado na chamada bandeira vermelha estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que cobra uma taxa a cada 100 kWh consumidos. Para o mês de setembro de 2021, foi criada uma nova bandeira tarifária chamada de bandeira de escassez hídrica, que aumentou as contas de energia em aproximadamente 6,78%, com o acréscimo de R$ 14,90 a cada 100 kWh, além da tarifa anterior, que estava também em vigor. Acredita-se que, para tentar afastar o risco de apagões pelo território nacional, e pensando também em crises futuras, algumas das medidas que deveriam ser adotadas seriam as seguintes, além do racionamento de 15%:

A retomada do horário de verão; Campanhas de conscientização e ampla comunicação, um dos fatores adotados na gestão da crise de 2001 e que surtiu efeitos positivos; Adoção de cortes programados de energia; Maior diversificação da matriz energética, com a utilização de outras fontes renováveis de grande disponibilidade no país, como solar e eólica. As crises energéticas geram consequências de curto, médio e longo prazo para a população brasileira, principalmente para a conjuntura econômica e política do país e também para o sistema elétrico nacional, que pode sofrer alterações e adaptações conforme a demanda evolui.

Observa-se como resultados da crise energética de 2021: Encarecimento das contas de energia do consumidor final pela adoção de bandeiras tarifárias mais caras; Mudança nos hábitos da população como forma de economizar energia e, por conseguinte, reduzir os gastos no final do mês; Encarecimento de serviços e produtos destinados a intermediários e ao mercado consumidor, em especial aqueles que fazem uso de grandes quantidades de energia elétrica no seu processo produtivo.

Dizem que a solução para os graves problemas da geração de energia do planeta está na Grande Pirâmide de Gizé no Egito, porém para que essa energia seja gerada e abasteça o planeta, há um dispositivo que está perdido, há alguns séculos, esse dispositivo acionaria o gerador de energia, que está dentro da Câmara do Rei no único sarcófago aberto do monumento. Esse dispositivo é a misteriosa Arca da Aliança, construída a partir das instruções recebidas por Moisés e que durante muitos anos foi fielmente preservada, inclusive do olhar curioso dos povos por mais de 5 mil anos, a Arca passou a ser a guardiã fiel dos sagrados mandamentos mosaicos, que fundamentam a fé judaica e cristã. Enquanto a Arca da Aliança não é encontrada, cabe a todos nós rezamos para não sermos pegos de surpresa por um suposto apagão de nove dias seguidos, esse fatídico período de escuridão já está previsto por especialistas. Rezar ou orar por dias melhores, ainda é uma das alternativas mais viáveis, cujo custo se resume em convicção.