A crise global de alimentos
Apesar da fertilidade da terra, seja em Israel, Ucrânia ou no Brasil sinais de alerta estão sendo emitidos de que no futuro próximo, poderemos ter uma escassez de alimentos sem precedentes, o alerta foi feito recentemente pelo secretário-geral da ONU, Antônio Guterres
Por: Manoelzinho Canafístula – De acordo com o Presidente do Banco Mundial, países que tem custos com a alimentação e esses atingem 50% da renda familiar terão grandes anomalias sociais provenientes da escassez de alimentos – Foto: Manoelzinho Canafístula
A produção de alimentos sempre foi um desafio para a humanidade que descobriu acidentalmente a agricultura a partir de sementes que eram jogadas na terra pelas mulheres após a seleção dos frutos que seriam ingeridos pela família. Ao longo dos tempos algumas civilizações se destacaram e algumas delas atingiram o apogeu, inclusive da irrigação, para melhor um setor que movimenta muito dinheiro e mantém viva e sustentável a vida dos seres humanos e animais no planeta, o alimento é tão vital quanto a água e o ar e juntos ao fogo e a terra, constituem os quatro elementos físicos da natureza que mantem a natureza em um sintonia completa de manutenção da vida. Na Mesopotâmia (região entre rios) localizada entre os rios Tigres e Eufrates era possível encontrar a mais suntuosa cidade do mundo antigo, não somente pelas narrativas bíblicas sobre os jardins suspensos, mas principalmente do moderno sistema de irrigação da Babilônia. Na atualidade o estado de Israel, detém as mais modernas técnicas de produção de alimentos, sejam através dos Kibutus (áreas de assentamento) ou até mesmo a produção de uvas no deserto, o país só consegue armazenar por ano 1,8 bilhão de M³ de água doce, desse total, gasta 85% na irrigação, 10% para a indústria e apenas 5% é para o consumo humano. Lá tudo é sob medida e com alto controle para não haver desperdício e nem faltar.
Apesar da fertilidade da terra, seja em Israel, Ucrânia ou no Brasil sinais de alerta estão sendo emitidos de que no futuro próximo, poderemos ter uma escassez de alimentos sem precedentes, o alerta foi feito recentemente pelo secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, ele disse no último dia 4 de maio, que o problema da segurança alimentar global não pode ser resolvido sem a restauração da produção agrícola ucraniana e da produção russa de alimentos e fertilizantes para o mercado mundial. Apesar de ser considerada apenas uma ação militar, a invasão da Ucrânia pela Rússia desde fevereiro deste ano aumentou a volatilidade nos mercados financeiros, elevando os preços das commodities e afetando a logística, potencialmente prejudicando a recuperação econômica desde que começou a pandemia da covid-19 em muitos países, incluindo a Nigéria. Segundo a avaliação do secretário geral, durante uma visita inaugural a Abuja, capital da Nigéria, a guerra na Ucrânia está apenas piorando as coisas, desencadeando uma crise tridimensional que está devastando os sistemas globais de alimentos, energia e financeiros para os países em desenvolvimento. Na visão do secretário não há solução verdadeira para o problema da segurança alimentar global sem trazer de volta a produção agrícola da Ucrânia e a produção de alimentos e fertilizantes da Rússia e da Bielorrússia para os mercados mundiais.
Segundo o chefe da autoridade soberana de investimentos nigeriana NSIA. A Nigéria teve que comprar suprimentos de emergência de potássio canadense em abril, depois de não conseguir importar o principal fertilizante da Rússia devido ao impacto das sanções ocidentais. No mês passado, o Fundo Monetário Internacional disse que a invasão russa da Ucrânia causou mais um “enorme choque negativo” à África subsaariana, elevando os preços dos alimentos e da energia e colocando as pessoas mais vulneráveis em risco de fome. A pressão extra ocorre porque muitos países ainda estão se recuperando da prolongada pandemia de covid-19.
A ofensiva militar entre a Rússia e a Ucrânia pode ser o trampolim para irromper a temida e mística terceira guerra mundial, o período mais sinistro da história moderna e contemporânea pode ser também o cumprimento de um dos trechos do tão bem guardado segredo de Fátima, revelações feitas a três pequenos pastores na Cova da Iria no distrito de estremadura, na zona rural de Portugal, nas palavras de advertências proferidas pela senhora luminosa por um período de seis meses seguidos, disse que uma terceira guerra irromperia e tão terrível seria que pouco restaria da humanidade, a revelação aconteceu em 1917, durante a primeira guerra mundial, já a segunda guerra durou exatos seis anos de 1939 a 1945. Caso a Rússia declare oficialmente guerra a Ucrânia, a OTAN entra na ofensiva em defesa do território e dos interesse ucranianos, cujo chefe da nação tem origem Judaica. Há fortes rumores de que a causa da terceira guerra mundial seria causada exatamente por água (Mar Negro), energia (Petróleo), alimentos (Rússia e Ucrânia) e terra (localização estratégia da Ucrânia para a Rússia).
Mas afinal, faltará alimentos no mundo? A resposta está no passado, em 1797, Thomas Malthus escreveu sobre política de preços dos alimentos e também a economia e a política daquela época, dois anos depois propagou sua ideia acerca do crescimento da população. Segundo ele, ocorre uma discrepância entre o número de pessoas e a disponibilidade de alimentos. Segundo Malthus, a produção de alimentos não acompanhava o crescimento da população e no futuro não seria possível produzir alimentos suficientes para abastecer a população mundial.
Recentemente, parece que as perspectivas de Malthus vieram à tona ou pelo menos causam preocupações em diferentes governos, diversos países têm promovido políticas e medidas de proteção de seus mercados consumidores, para que não passem por racionamento de alimentos, mas os preços já sofreram aumento, dando sinais da diminuição de oferta dos produtos. Segundo anúncio da ONU (Organização das Nações Unidas), em 2007, houve um aumento de 25% no valor dos alimentos importados em países em desenvolvimento. O valor do milho dobrou desde 2006 e o trigo atingiu o valor mais alto dos últimos 28 anos. E agora com a invasão militar à Ucrânia, um dos maiores produtores de trigo e milho do planeta, o aumento dos preços é irreversível, e a crise alimentar bate a porta como nunca se viu antes na história.
De acordo com o Presidente do Banco Mundial, países que tem custos com a alimentação e esses atingem 50% da renda familiar terão grandes anomalias sociais provenientes da escassez de alimentos e, automaticamente, aumento dos preços. Hoje a cesta básica no Brasil já consome mais de 50% do valor do salário mínimo. As estimativas da ONU são de que os preços não diminuirão rapidamente, uma vez que as reservas de alimentos desse ano foram relativamente baixas. Muitos alegam que os vilões dessa “possível” escassez de alimentos é o aumento do valor dos produtos e principalmente por causa dos biocombustíveis, isso por que culturas como milho e trigo são usadas como matéria-prima dessa fonte alternativa de energia, portanto, deixa de atender o mercado de alimentos.
Outro fator que deve ser considerado em relação à escassez de alimentos é o aumento da classe média de países com alto contingente populacional, como a China e a Índia, os dois primeiros países de maior população do mundo. Essa ascensão social fez com muitas pessoas começassem a ingerir alimentos que até pouco tempo não faziam parte de sua dieta, como o consumo de proteínas derivadas da carne. O que motiva o desequilíbrio está ligado à quantidade de oferta e da procura, isso fica evidente ao passo que a procura ou demanda aumenta 4,8% ao ano na Ásia, África e América Latina e 2,6% nos países centrais.
Os países ricos não contribuem efetivamente para amenizar essa questão, até por que são eles que estimulam a produção de biocombustíveis, quando se utiliza de culturas como milho, trigo e soja, por exemplo, que além de não serem direcionados ao consumo humano deixam também de abastecer as indústrias de rações que suprem as criações de animais, como suínos, aves entre outros. A crise de alimentos já reflete no Brasil no preço do arroz e de outros produtos, nem o nosso café de todas as manhã e tardes escapou da crise, havendo a possibilidade do governo pedir os produtores que não exportam para que não comprometa o abastecimento do mercado interno desse produto. Outro motivo que favorece o incremento da escassez de alimentos é em relação ao volume do estoque regulador, pois esse garantia a oferta caso a colheita de um determinado ano fosse ruim, dessa forma o estoque regulava os preços, pois não faltava, entretanto, nos últimos anos os países não mais realizam esse procedimento ou então conduz de maneira modesta. Todos esqueceram facilmente as orientação do judeu José ao faraó Ramsés no Egito por ocasião dos sete anos de seca e fartura na terra as margens do rio Nilo.
São várias as estimativas e previsões para essa questão que traz à tona as previsões feitas por Thomas Malthus, no entanto, o que provavelmente irá acontecer é o direcionamento produtivo, se no momento o preço de grãos, como milho, arroz, soja entre outras culturas está bom, certamente muitos produtores perceberão boas perspectivas, além disso, a implantação de medidas por parte do governo para aqueles que produzem alimentos por meio de subsídio financeiro se faz necessária. Em suma, esse problema não requer grandes preocupações, uma vez que a quantidade de tecnologias agrícolas disponível no mercado sendo usada de forma planejada pode até quadruplicar a produção de alimentos, isso sem abrir novas áreas cultiváveis. Porém o problema no Brasil não se restringe a sua capacidade produtiva, mas ao desperdício entre o que é o produzido no campo até chegar a mesa do consumidor. Um estudo realizado ano passado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) apontou as principais causas de desperdício de alimentos no Brasil.
Das 140 milhões de toneladas de alimentos produzidas por ano no país, 26 milhões são jogados no lixo, segundo a Embrapa. A pesquisa apontou desperdícios consideráveis em várias etapas do processo de alimentos desde a produção, venda e até o consumo final. Segundo a doutora em engenharia de produção Camila Moraes, autora da pesquisa, um dos fatores que impulsiona o desperdício é de que as pessoas quererem um alimento sempre em perfeito estado. Segundo ela na produção rural, há desperdício de alimentos em relação as pragas, as chuvas, tempestades que acabam estragando a colheita e há a evidencia de um desperdício significativo. No transporte até a comercialização também, dentro dos supermercados é muito elevado. E finalmente na casa dos consumidores ou por não aproveitar os alimentos integralmente ou por esquecer na geladeira. Entre os dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo estão: Cingapura, Malásia, Nova Zelândia, Reino Unido, Alemanha, Noruega, Canadá, Dinamarca, Austrália e Estados Unidos. A fome no mundo tem solução e segundo estudiosos dos casos, depende somente de vontade política, quem sabe nestas eleições o povo que elege, possa refletir um pouco mais sobre suas escolhas e mais ainda sobre as consequências geradas por essa escolha, seja boa ou ruim, a escolha é o plantar e fome, sem dúvidas é a colheita daquilo que foi plantado. Faça a diferença com o seu voto.