O primeiro dia de atendimento bancário, após 31 dias de greve, foi marcado pela demora e muitas reclamações. Em algumas agências de Fortaleza a fila de espera dobrava o quarteirão, principalmente nos bancos públicos. As principais demandas eram por seguro-desemprego, problemas com cartões e Programa de Integração Social (PIS).
A doméstica Maria Cecília Rocha, de 42 anos, bem que tentou chegar cedo à agência da Caixa Econômica Federal, da rua 7 de setembro, no bairro da Parangaba, para poder dar entrada no pedido de seguro-desemprego. Mas ela diz que não eram nem oito horas, duas horas antes do banco abrir, e o final da fila estava na rua Caio Prado. Quatro horas depois, ela ainda aguardava do lado de fora por uma senha para ser atendida na triagem. “Eu já imaginava que a fila estava grande, mas não imaginava que fosse tanto. Mas não tem jeito, vou ter que ficar esperando porque não tenho como sair daqui sem isso resolvido”.
A comerciante Sabrina Rocha, de 52 anos, também teve que contar com a paciência para ser atendida na agência do Banco do Brasil, da Duque de Caxias, no Centro. Ela diz que costuma fazer todas as transações bancárias pela internet ou em caixas eletrônicos, mas o cartão começou a apresentar problemas. “Aí não tive outro jeito se não ter que enfrentar esta fila para resolver”.
As agências bancárias voltaram a funcionar nesta sexta-feira, 7, após 31 dias de paralisação. No Ceará, os bancários, de instituições públicas e privadas, aceitaram a proposta da Federação Nacional do Bancos (Fenaban) de reajuste de 8% para este ano e abono de R$ 3.500. Além disso, também estão incluídos o aumento de 10% no vale auxílio-creche-babá e refeição e de 15% no vale alimentação.
Os bancos também se responsabilizaram por garantir aumento real de 1% em todos os salários e de outras verbas. O acordo é válido por dois anos. Em relação a 2017, os salários recebem o reajuste conforme a inflação (INPC/IBGE), mais 1% de aumento real.
Em todo o Ceará, a greve contabilizou 76% das agências fechadas no Estado, o que representa 430 unidades paradas, em um total de 562.
Mas em sete estados, a greve na Caixa Econômica continua. São eles: Amapá, Bahia, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.
Com Informações de Irna Cavalcante