Água doce é mais favorável a afogamentos, aponta Corpo de Bombeiros do Ceará

Presença de obstáculos submersos e densidade do líquido são fatores que explicam maior ocorrência de incidentes

Pessoas que tomam banho em água doce estão mais propícias a se afogarem, aponta o Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará (CBMCE). O fenômeno é observado devido a uma série de fatores, que englobam aspectos naturais e ações humanas. O alerta acontece na esteira da aproximação da Semana Santa — período em que, tradicionalmente, muitos cearenses tomam banho em rios e açudes no Interior.

Segundo a corporação, 75% dos afogamentos testemunhados no Brasil ocorrem em águas doces — 25% em rios com correnteza; 20% em represas; 13% em remansos de rios; 5% em lagoas; 5% em inundações; 3% em baías; 2% em cachoeiras e 2% em córregos.

A menor densidade da água doce é um dos fatores que explica o maior número de incidentes. O líquido encontrado em mananciais carece de sal em sua composição — a substância propicia uma melhor flutuação para os banhistas. Fatores como profundidades desconhecidas e pedregulhos também colaboram para o incremento dos perigos.

Ao O POVO, o capitão Igor Cabral, subcomandante da 1ª Companhia de Salvamento Marítimo do CBMCE, aponta para os obstáculos ocultos presentes nestes ambientes. “Rios, lagos e lagoas têm características específicas. Na maioria das vezes, as águas são turvas, com pedras submersas e galhos. Pessoas que não conhecem estes locais acabam tendo maior risco de se afogar.”

Causado pelo excesso de matéria orgânica, o tom obscurecido de rios é um dos pontos mais perigosos para os banhistas, alerta o capitão. Atrelado a isto, rápidas mudanças de temperatura e tempestades criam terreno fértil para a ocorrência de afogamentos. “Muitos pensam que podem atravessar correntezas. É comum que subestimem todos os perigos”, afirma o capitão.

Risco de afogamentos na Semana Santa

Em períodos como a Semana Santa, sublinha Cabral, subcomandante da 1ª Companhia de Salvamento Marítimo do CBMCE, cuidados sobre o consumo de bebidas alcoólicas precisam ser duplicados.

Já em relação aos inexperientes em nado, ele aconselha que sempre busquem locais onde patrulhas e postos guarda-vidas possam ser avistados.

Em nota, o CBMCE afirma que “é sempre importante estar ciente dos perigos potenciais da água doce e tomar precauções adequadas”. A corporação defende o uso de coletes salva-vidas, a natação com acompanhante e a atenção às condições climáticas para que os problemas possam ser contornados.

Informações, vídeos e orientações sobre como se portar em situações de afogamento vão ser publicadas nas redes sociais da corporação nos próximos dias.

Fonte: O Povo