A Câmara Municipal de Pacujá, na região do Sertão de Sobral, elegeu, nesta sexta-feira (15), o médico veterinário Rodrigo Carvalho (PP) como prefeito substituto do Município. O vice-prefeito temporário eleito foi Jandson Pessoa (Republicanos). Eles ficarão no comando da prefeitura até 31 de dezembro.
A eleição aconteceu durante uma sessão extraordinária convocada para a manhã desta sexta. Ela ocorreu por conta da cassação do prefeito Raimundo Filho (PSB) e do vice Zé Antônio Mão Calejada (União), em setembro, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Todos os nove parlamentares que compõem o quadro do Parlamento municipal estavam presentes. A chapa ganhadora recebeu cinco votos. Já a derrotada, representada pela candidata a prefeita Maria Edilma (União) e pela candidata a vice-prefeita Ranielle Pinto (Cidadania), recebeu quatro votos.
Desde a cassação da chapa que administrava o Município, o presidente do Legislativo, Antônio Alves (Cidadania), é quem assumia a função como prefeito interino.
Nas redes sociais, Raimundo Filho comemorou a vitória dos dois, que são seus aliados, com um vídeo. “Essa eleição foi definida pelos nossos vereadores. Vereadores estes que contribuíram e pensaram no bem da nossa cidade, no bem do nosso povo”, disse ele, antes de agradecer nominalmente os que direcionaram votos para o êxito do seu grupo político na eleição indireta.
Em 1º de janeiro, outra chapa irá assumir a administração municipal. Serão empossados o prefeito eleito Pedro Allan (PSB) e a vice-prefeita eleita Milena Melo (PT), que ganharam a eleição ordinária no último dia 6. Eles também são aliados do prefeito cassado.
CASSAÇÃO
Em 12 de setembro, uma decisão do TSE cassou os mandatos de Raimundo Filho e Zé Antônio Mão Calejada. Na época, ambos postulavam ao Executivo com candidaturas opostas. Os dois integravam a mesma chapa em 2020, mas romperam e se tornaram adversários na cidade.
Pelo que foi decidido pela Justiça Eleitoral, os políticos se tornaram inelegíveis. Raimundo e Mão Calejada foram cassados pela prática de compra de votos e abuso de poder nas eleições de 2020. Eles foram condenados no âmbito da Operação Mensalinho, deflagrada à época pelo Ministério Público do Ceará (MPCE).
De acordo com a investigação, a compra de voto ocorria em troca de passagens aéreas, depósito de valores em espécie, entrega de materiais de construção, entre outros.
Na certidão de julgamento, à qual a reportagem teve acesso, a Suprema Corte Eleitoral determinou a realização de eleições suplementares na cidade, na modalidade indireta.
A decisão foi tomada por unanimidade, seguindo o voto do relator do caso no TSE, o ministro André Mendonça. Acompanharam o magistrado responsável pelo parecer a ministra Isabel Gallotti e os ministros Antonio Carlos Ferreira, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Nunes Marques e Cármen Lúcia.
Na ocasião, o Diário do Nordeste procurou ambos os políticos — diretamente e por meio de interlocutores — para que pudessem se manifestar sobre o assunto. Apesar disso, não houve nenhuma devolutiva deles.
Fonte: Diário do Nordeste