A deputada federal Luizianne Lins (PT) e os demais tripulantes da Flotilha Global Sumud, que ficaram por sete dias detidos na prisão de Ketziot, no deserto de Negev, após o barco Grande Blu ser interceptado pelas forças de Israel, na última quarta-feira (1º), devem desembarcar no Brasil nesta quinta-feira (9), no aeroporto de Guarulhos, São Paulo, às 10h40.
A data e horário do retorno para Fortaleza serão divulgados assim que definidos, segundo a assessoria de comunicação da parlamentar. Detidos ilegalmente em águas internacionais, a deputada e mais 12 brasileiras e brasileiros foram deportados para a Jordânia pelo Governo de Israel na última terça-feira (7). Ela retorna com a delegação brasileira e fará coletiva de imprensa no aeroporto de Guarulhos.
Segundo a assessoria da parlamentar, Luizianne Lins estava em missão oficial da Câmara como observadora internacional na flotilha humanitária que levava alimentação, fórmulas infantis e medicamentos ao povo palestino.
‘CONDIÇÕES DEGRADANTES’ NA PRISÃO
Na última segunda-feira (6), a assessoria da parlamentar afirmou que a deputada relatou que ela e outros detidos enfrentaram “condições degradantes, uso de violência psicológica e falta de tratamento médico adequado”.
Segundo a comunicação da cearense, durante visita consular do Governo brasileiro, nesta segunda, à prisão de Ketziot, os participantes detidos ilegalmente denunciaram a situação do ambiente.
“Alguns, inclusive Luizianne, só receberam medicamentos após pressão diplomática. Também relataram que audiências judiciais foram realizadas sem representação legal”, diz a nota.
De acordo com os advogados responsáveis pelo acompanhamento jurídico, já havia ordem judicial de deportação para todos os participantes, e nada impedia a partida imediata de todos os brasileiros detidos ilegalmente em Israel.
“Nos últimos dias, houve deportações de grupos de participantes da ação humanitária. Até o momento foram deportados cerca de 300 participantes. Seguimos exigindo a libertação imediata da deputada federal Luizianne Lins e de todos os brasileiros e brasileiras detidos ilegalmente”, expressa ainda trecho do comunicado.
FALTA DE ÁGUA E COMIDA
Na última sexta-feira (3), a assessoria da parlamentar informou que os tripulantes que estavam em missão humanitária à Gaza ficaram o primeiro dia de detenção sem água e comida.
“Apesar de estarem todos e todas em condições gerais de saúde estáveis, segundo os relatos, no primeiro dia em que foram sequestrados, interrogados e presos, o Governo de Israel não lhes ofereceu comida e água”, afirmava o comunicado.
As atualizações sobre o estado dos tripulantes chegaram após a deputada receber a primeira visita de diplomatas da Embaixada do Brasil em Israel.
Fonte: Diário do Nordeste