Aprovação de Lula cresce após tarifaço de Trump, aponta pesquisa AtlasIntel
A aprovação do presidente cresceu 2,6 pontos percentuais e atingiu o melhor resultado desde novembro do ano passado, informa nova rodada da pesquisa AtlasIntel
A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cresceu 2,6 pontos percentuais e atingiu o melhor resultado desde novembro do ano passado, informa nova rodada da pesquisa AtlasIntel, contratada pela Bloomberg e divulgada nesta terça-feira, 15. A aprovação do presidente passou de 47,3% para 49,9%, empatando tecnicamente com a desaprovação, que oscilou de 51,8% para 50,3%.
Esta é a primeira pesquisa de opinião desde o anúncio da taxação de 50% dos produtos brasileiros pelo presidente norte-americano Donald Trump na última quarta-feira, 9.
A pesquisa ouviu 2.841 pessoas entre os dias 11 e 13 de julho, e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Os números podem passar de 100% devido aos arredondamentos.
Assim como a aprovação pessoal, a avaliação do governo também registrou melhora depois do tarifaço. O percentual dos que classificam o governo como ruim/péssimo (49,4%) ainda supera os que o avaliam como ótimo/bom (43,4%), mas a diferença entre esses grupos tem diminuído.
Em maio, a diferença era de 10,2 pontos percentuais. Em junho, caiu para 9,6. Agora, a diferença diminuiu ainda mais, atingindo seis pontos.
Mudanças na percepção da política externa
A pesquisa traz ainda outros indicativos do impacto do tarifaço na opinião pública. O Atlas perguntou aos entrevistados se eles aprovam ou desaprovam a política externa do Governo Lula: a aprovação alcançou 60,2% (em novembro do ano passado era 49,6%) e a desaprovação, 38,9% (em novembro, era 47,3%).
Os entrevistados foram provocados a comparar a política externa do presidente Lula à do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para 61,1%, Lula representa melhor o Brasil no plano internacional do que Bolsonaro. Outros 38,8% disseram que representa pior.
Em novembro do ano passado, os números eram, respectivamente, 51% e 44,3%, com 4,75 dizendo não saber avaliar.
Os entrevistados foram questionados sobre que países ou blocos o Brasil deveria se alinhar mais proximamente. Enquanto 38,1% dizem que ele deveria se aproximar dos BRICS, grupo de 11 países emergentes, outros 31,1% dizem que deveriam se alinhar aos Estados Unidos.A China aparece em terceiro, com 12,9% das citações e a União Europeia na sequência, com 8,3%. A Rússia aparece por último com 1%. Outros 8,6% dizem que o Brasil deveria evitar alinhamentos automáticos.
A série temporal mostra que esses dados estão passando por transformações desde a última vez em que essa pergunta foi aplicada, em maio deste ano. Naquele período, havia uma concentração ainda maior nos BRICS e Estados Unidos: respectivamente 44,2% e 36,9%.A quantidade de citações à China saltou de 4% para 12,9% (ainda que a China também participe dos BRICS) e da União Europeia de 3% para 8,3%. Em maio, 11,9% defendiam que o Brasil deveria evitar alinhamentos automáticos.
Fonte: O Povo Online