Aprovados no concurso da Polícia Civil do Ceará denunciam falta de adaptação no teste físico para pessoas com deficiência

Candidatos aprovados no concurso da Polícia Civil do Ceará se manifestaram publicamente pedindo explicações e providências em relação à ausência de adaptações no Teste de Aptidão Física (TAF) para pessoas com deficiência. O grupo considera a medida uma forma de discriminação que contraria princípios constitucionais e decisões judiciais já consolidadas.

Segundo os denunciantes, ser pessoa com deficiência não significa ser inapto ou ineficiente, mas sim viver com limitações que exigem condições justas para garantir igualdade de oportunidades. A exigência do teste físico em formato único, sem ajustes, estaria eliminando candidatos aprovados em etapas anteriores.

O tema já foi alvo de análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que na ADI 6476 declarou inconstitucional a ausência de adaptações razoáveis, reforçando que negar esse direito constitui prática discriminatória. Em concursos recentes da Polícia Federal e de outras carreiras da segurança pública, os testes já vêm sendo adaptados a candidatos com deficiência.

No entanto, em contramão a esse entendimento, o concurso da Polícia Civil do Ceará teria negado a aplicação das adaptações, o que gerou revolta entre os participantes.

“Queremos apenas a efetivação dos direitos constitucionais de igualdade, dignidade e não discriminação. O que pedimos é que o Governo do Estado e os deputados escutem nossa voz e garantam que a Constituição seja respeitada”, afirmam os candidatos.

O grupo agora pressiona para que a questão seja analisada pelo Governo do Ceará e pelos parlamentares estaduais, pedindo a garantia de que a legislação e os precedentes do STF sejam aplicados de forma efetiva.