A adolescente Yslayna Drielly Costa, 16, tem uma grande paixão pela fotografia. No entanto, há cerca de um ano, descobriu que estava com ceratocone, doença progressiva que deforma a córnea. A jovem voltou a enxergar graças a um transplante em setembro deste ano. Já Dayse Rodrigues Coelho e Silva perdeu o esposo George no mês passado, mas ainda assim doou as córneas dele “para que outros também possam ver.” As histórias se encontram no Banco de Olhos da Santa Casa de Misericórdia de Sobral.
O Banco de Olhos da Santa Casa irá promover o IV Encontro das Famílias de Doadores e Receptores de córneas da Região Norte. O evento será realizado na próxima sexta-feira, 9 de dezembro, às 8h, no auditório do Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão (DEPE), da Santa Casa de Sobral.
O volume de transplantes de córneas vem crescendo sistematicamente a cada ano no Banco de Olhos da Santa Casa de Misericórdia de Sobral. Neste ano, já foram realizados quase 80 procedimentos, com aumento em relação ao ano passado, quando foram realizados 52 transplantes. O Ceará figura em segundo lugar no número de transplantes de córneas do Brasil graças aos Bancos de Olhos do Estado.
Desde a criação do Banco de Olhos na Santa Casa de Sobral, em maio deste ano, o número de pacientes na fila de espera por um transplante de córnea caiu pela metade. O tempo médio de espera pela cirurgia também teve uma queda.
“A Santa Casa de Sobral é um pólo de saúde para a região e já havia a facilidade de receber córneas”, ressaltou o médico oftalmologista e responsável pelo Banco de Olhos, Ribamar Fernandes. Ele lembrou que a Santa Casa de Sobral é o segundo hospital do interior do Nordeste a contar com um Banco de Olhos. Antes da criação do Banco, as córneas eram retiradas em Sobral, mas eram encaminhadas para Fortaleza. “Acabávamos perdendo alguns globos oculares”, ressaltou.
Sobre o transplante
Para se candidatar a um transplante, é necessário que o paciente tenha um problema grave com a perda de visão que comprometa principalmente a córnea. O oftalmologista faz o encaminhamento e o paciente é avaliado pelo médico Ribamar Fernandes para entrar na fila de espera. Entre as prioridades estão aqueles que têm uma úlcera na córnea refratária ao tratamento clinico ou que sofreram algum acidente com perfuração nos olhos. Além disso, crianças com menos de sete anos e transplantados que tiveram falha primária (córnea transplantada não resistiu) também são prioridades.
Quem deseja ser um doador precisa informar à família porque após o falecimento será necessário que os parentes aprovem a retirada dos órgãos. As córneas podem vir de doadores entre dois e 70 anos que estejam com olhos em boas condições e que não tenham tido doenças que impeçam o transplante, como HIV, Hepatite ou Sepse (infecção generalizada) por exemplo.
SERVIÇO
O quê: IV Encontro das Famílias de Doadores e Receptores de córneas da Região Norte
Quando: 09 de dezembro às 8h
Local: Auditório do DEPE da Santa Casa de Sobral
banco.olhos@stacasa.com.br
Jornalista, editor chefe e blogueiro raiz