O blogueiro cearense Wellington Macedo de Souza, 47 anos, condenado por tentar explodir uma bomba perto do aeroporto de Brasília em dezembro de 2022, irá migrar para o regime semiaberto, conforme decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).
No entanto, ainda estão suspensos o trabalho externo e saídas temporárias. Ele também não poderá ter, por enquanto, benefícios externos.
O caso ocorreu em 24 de dezembro de 2022. A bomba foi colocada em um caminhão de combustível próximo ao Aeroporto de Brasília.
Câmeras de uma loja e do próprio caminhão onde a bomba foi plantada, divulgadas pelo Fantástico na época, mostram o momento em que o carro de Wellington se aproxima lentamente do veículo. Ele estava junto de um cúmplice, o Alan Diego dos Santos Rodrigues, que foi o responsável por colocar a bomba no caminhão (veja no vídeo acima).
Wellington Macedo de Souza foi condenado a seis anos de prisão, em regime inicial fechado, e multa de R$ 9,6 mil.
Um terceiro homem também foi condenado. Ele é identificado por George Washington de Oliveira Sousa. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), o objetivo dos três era cometer infrações penais que pudessem causar comoção social a fim de que houvesse intervenção militar e decretação de Estado de Sítio.
George transportou, no dia 12 de novembro de 2022, em um automóvel, da sua cidade natal no Pará até Brasília, diversas armas de fogo, acessórios e munições com o propósito de distribuir os armamentos no acampamento. Na viagem, George ainda trouxe dinamites.
Em Brasília, em frente ao Quartel General, em 23 de dezembro de 2022, George, Alan e Wellington e outros manifestantes não identificados elaboraram o plano de utilização de artefato explosivo para detonação em lugares públicos.
Em seguida, em comunhão de esforços, George montou e entregou o artefato explosivo a Alan, que repassou a Wellington. Este último e outro indivíduo não identificado, foram até o Aeroporto de Brasília e colocaram a bomba no eixo traseiro de um caminhão-tanque que estava estacionado aguardando o momento de se aproximar da base aérea para ser desabastecido.
O caminhão estava carregado de querosene de aviação e tinha capacidade para 60 mil litros. Antes, porém, que a bomba pudesse explodir, o motorista do caminhão-tanque percebeu a presença do artefato explosivo e acionou a polícia.
Natural de Sobral, no interior do Ceará, Wellington Macedo foi assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Ele teve um cargo comissionado na Diretoria de Promoção e Fortalecimento de Direitos da Criança e do Adolescente entre fevereiro a outubro de 2019.
Com forte presença nas redes sociais, Wellington teve a prisão decretada por Alexandre de Moraes por incentivar atos antidemocráticos no dia 7 de setembro de 2021. Desde então, cumpria prisão domiciliar e usava tornozeleira eletrônica. Mesmo assim, frequentava o acampamento bolsonarista.
O blogueiro também coleciona processos por vídeos atacando políticos locais e professores da rede de ensino de Sobral.No dia que a bomba foi colocada no caminhão-tanque próximo ao aeroporto de Brasília, Wellington já era foragido da Operação Nero, por tentativa de invasão ao edifício-sede da Polícia Federal.
Em 29 de dezembro, quando foi alvo de um mandado de busca e apreensão pelo atos de vandalismo, o cearense publicou um vídeo em seu perfil em uma rede social dizendo ser “vítima do ministro Alexandre de Moraes”.
“Mais uma vez vítima da truculência da polícia política de Alexandre de Moraes. Agentes fortemente armados invadiram meu apartamento, em Brasília, como se eu fosse um bandido de alta periculosidade. Patriotas estão sendo caçados, e o único crime é lutar por um país livre e mais justo. Não aceitamos que nossa nação fique nas mãos de bandidos. O STF tem agido como milícia, soltando bandidos e prendendo cidadãos de bem”, disse o blogueiro, mostrando imagens da ação da polícia.
Fonte: G1 CE
Fonte: G1 CE