Bolsonaro quer desfile em carro aberto na chegada ao Brasil, nesta quinta

Ex-presidente também deve participar de evento organizado por Bia Kicis

O ex-presidente Jair Bolsonaro informou aliados que gostaria de desfilar em carro aberto do aeroporto até sua casa, no Lago Sul, na chegada ao Brasil nesta quinta-feira (30). A previsão é que Bolsonaro chegue por volta das 7h30 no aeroporto de Brasília (DF).

Há expectativa de que apoiadores acompanhem o ex-presidente no percurso. Mas os membros da sigla ainda aguardam definições sobre o esquema de segurança a ser montado pelo governo do Distrito Federal para fechar a programação.

Já há confirmação de que Bolsonaro será recepcionado por um grupo formado pela ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pelos líderes do PL no Congresso e pelo secretário nacional de relações institucionais, Walter Braga Netto.

Ainda não há orientação para as bancadas dos parlamentares da legenda sobre como devem agir. O PL disponibilizou um espaço na sede da legenda que poderá ser usado por Bolsonaro para cumprimentar os integrantes das bancadas na Câmara e no Senado. Não há confirmação se o ex-presidente irá, de fato, ao local.

Deputados bolsonaristas, entre eles José Medeiros (MT), queriam organizar caravanas para a vinda de apoiadores do ex-presidente de diversas partes do País. Eles desistiram por medo de os atos saírem de controle ou de sofrerem represálias do Supremo Tribunal Federal após os atos de 8 de janeiro.

Esse grupo acredita que ainda poderão ser organizadas motociatas ou carreatas menores para acompanhar Bolsonaro.

À noite, o ex-presidente deve participar de um evento promovido pela presidente do PL no Distrito Federal, a deputada Bia Kicis, que tomará posse formalmente na função.

“Choque de realidade”

Aliados do ex-presidente temem que o ex-presidente sofra um “choque de realidade” na volta ao Brasil. Bolsonaro deixou o país em 30 de dezembro de 2022, um dia antes do fim de seu mandato, o que significa que não esteve em território nacional fora da condição de presidente desde então. Ele chegará em um país comandado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi seu maior opositor durante a campanha presidencial.

Nos bastidores, há uma percepção dos aliados de Bolsonaro que ele ainda está abatido, o que foi visto em transmissões ao vivo que realizou durante seu período na Flórida, nos Estados Unidos.

Haveria até uma estratégia para reorganizar a vida política do ex-presidente, prevendo que ele faça muitas viagens, esteja em contato constante com as autoridades de direita (governadores, prefeitos) e com seu grupo no Congresso.

Em um primeiro momento, apesar de o partido querer recebê-lo com pompa, parceiros de Bolsonaro veem a necessidade de calma, de assentar as ideias e entender o cenário antes de cobrar atuação pública.

Existe a expectativa no Partido Liberal de que Bolsonaro seja o grande adversário do presidente Lula, de que ainda seja o protagonista da direita e enfrente a esquerda nas eleições presidenciais de 2026.

Apesar de o nome de Michelle Bolsonaro ter aparecido como palpite para 2026, segundo aliados, o ex-presidente ainda é o único nome previsto para a corrida eleitoral.

Fonte: Estadão / Rádio Pampa