Brisanet perde 2 mil clientes na Grande Fortaleza em meio a ataques de grupos criminosos

Empresa é uma das que teve carros e equipamentos incendiados

A Brisanet perdeu cerca de dois mil clientes em Fortaleza e em Caucaia em meio aos ataques realizados por grupos criminosos a provedores de internet no Ceará.

Segundo a Brisanet, os cancelamentos de contratos do serviço de internet ocorreram devido ao ‘cenário atual’. A empresa é uma das seis que registraram impactos pelos ataques à Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).

As operações seguem ativas e a empresa vem adotando protocolos de segurança para proteger colaboradores e preservar ativos, garantindo a continuidade dos serviços dentro das condições possíveis, segundo a Brisanet.

“A companhia segue acompanhando as investigações junto aos órgãos competentes e monitorando de perto a evolução dos trabalhos”, ressaltou a empresa cearense em nota.

Em fevereiro, a Brisanet teve 12,9 mil clientes adicionados à banda larga, menor número desde julho de 2024. Em relação à rede móvel, foram 41,6 milhares de clientes adicionados.

Pelo menos cinco provedores de internet tiveram que encerrar operações no Ceará devido aos ataques. Entre os atos criminosos, está ameaça a funcionários e queima de carros e lojas das prestadoras.

Uma das empresas que fechou, a GPX Telecom, divulgou que as estruturas da empresa foram completamente destruídas. A provedora atuava há nove anos em Caucaia.

CONTROLE DO SERVIÇO DE INTERNET

Os grupos criminosos, principalmente o Comando Vermelho, buscam controlar o serviço de telecomunicações em determinadas regiões. Para isso, ameaçam provedoras de internet e cobram até 60% dos ganhos das empresas.

Criminosos chegam a prometer aos empresários que, se um acordo for fechado, a facção pode ordenar que moradores de determinada região contratem somente aquela empresa.

Em fevereiro e março, foram registrados diversos episódios de carros e equipamentos de empresas queimados. Os crimes ocorrem, na maioria das vezes, no período da madrugada, quando há menor circulação de pessoas nos locais

Até a última quinta-feira (27), 40 pessoas foram presas por suspeita de participação nos crimes. Pelo menos oito provedores clandestinos foram interditados pela polícia.
Os atos de vandalismo e destruição ocorrem como ameaça ou retaliação em caso de a empresa não aceitar a associação. Segundo a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), há um forte impacto negativo para o setor da banda larga fixa brasileiro.

Segundo a associação, as pequenas provedoras são as mais afetadas, já que têm menor operação e menor segurança financeira para resistir às perdas.

Fonte: Diário do Nordeste