Ceará é segundo do País em transplantes de córneas

O Ceará foi o primeiro estado das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e o sexto do país com o maior número de transplantes de órgãos e tecidos realizados em todo o ano de 2016, de acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT 2016). Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). O grande destaque em 2016 foram os transplantes de córnea. O Ceará fez 1.267 transplantes desse tecido, o segundo melhor desempenho em números proporcionais e absolutos.
A Santa Casa de Misericórdia de Sobral fechou o ano passado com 85 transplantes realizados, crescimento de 63,4% na comparação com 2015 quando foram realizados 52 procedimentos. Em todo o ano de 2014 foram 32 transplantes, 31 em 2013, 26 em 2012 e 7 em 2011. O avanço nos transplantes foi possível graças à criação do Banco de Olhos, em maio de 2016. Não existe uma demanda reprimida nos transplantes de córnea. O paciente entra na fila e a primeira doação já é dele”, explicou o médico oftalmologista e responsável técnico pelo Banco de Olhos da Santa Casa de Sobral, Ribamar Fernandes.
No ano passado o Ceará zerou a fila de espera de transplantes de córnea, depois de 34 anos realizando esse procedimento, iniciado em 1982. “Fila zero” de córnea é uma meta estabelecida pela ABTO e indica a situação em que o paciente que precisa de um transplante não necessita esperar pelo tecido porque ele já está disponível para a cirurgia. Conforme o RBT, em dezembro o Ceará tinha 33 pacientes aguardando transplante de córnea.
Transplantes no Ceará
No ano passado o Ceará estabeleceu novo recorde, com a realização de 1.874 transplantes, 31% a mais que os 1.430 de 2015. Considerando somente os órgãos sólidos (pâncreas, pulmão, coração, fígado e rim), com 491 transplantes em 2016, o Estado realizou 55,1 transplantes por milhão da população (pmp), atrás do Distrito Federal (79,2), Paraná (74,2), Rio Grande do Sul (67,4), São Paulo (65,5) e Santa Catarina (60,4).
O estado do Ceará também foi destaque nacional em transplantes de fígado e coração. Nos transplantes hepáticos, realizou 21,9 transplantes pmp, atrás do Distrito Federal (26,1) e Santa Catarina (22,1). Nos transplantes cardíacos foram 3,6 pmp, depois do Distrito Federal (14,8) e Pernambuco (4,1). O Ceará também foi o terceiro do país em transplante pediátrico de rim, com 14,7 procedimentos pmp, abaixo do Distrito Federal (16,1) e Rio Grande do Sul (15,5). Além de córnea, o Ceará realizou em 2016 o maior número de transplantes de coração (32) e medula óssea (97) desde que esses procedimentos foram iniciados no Estado. Em relação a 2015, fez, ainda, mais transplantes de pulmão (6) e esclera (19).
O Brasil obteve aumento de 3,5% na taxa de doadores efetivos de órgãos e tecidos para transplante, atingindo 14,6 doadores pmp. Conforme o RBT, cinco estados foram destaques na doação de órgãos: Santa Catarina (36,8), Paraná (30,9), Distrito Federal (25,7), Rio Grande Sul (25,2) e Ceará (24,9), que elevou a taxa em 6% em relação a 2015. O percentual de 38% de efetivação de doadores em relação ao número de notificações foi o terceiro do país, ao lado de Minas Gerais, depois de Santa Catarina (47%) e Rio Grande do Sul (41%).
Este ano no Ceará foram realizados 263 transplantes de órgãos e tecidos – 132 em janeiro, 115 em fevereiro e 16 até 9 de março. Foram 38 transplantes de rim, 3 de coração, 36 de fígado, 9 de medula óssea (6 autólogos e 3 alogênicos), 176 de córnea e 1 de esclera.

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