Cearense que vive em extrema pobreza em casa de taipa é aprovado em medicina

Filho de agricultores da zona rural da cidade de Lavras da Mangabeira, Adriano Justino foi aprovado em segundo lugar na Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba.

Adriano Justino, de 17 anos, está com as malas prontas para deixar a zona rural de Lavras da Mangabeira, no interior do Ceará, para morar em Cajazeiras, na Paraíba. Entre as roupas que não podem faltar na bolsa está o jaleco do futuro estudante de medicina.

O garoto, que vive em situação de extrema pobreza ao lado dos pais em uma casa de taipa, foi aprovado em segundo lugar em um dos cursos de graduação mais concorridos da Universidade Federal de Campo Grande (UFCG).

Com o futuro trabalho como médico, ele pretende ajudar a família e prestar um serviço humanizado aos pacientes da região onde nasceu e cresceu.

“Eu sempre quis um curso que me deixasse numa situação mais confortável, assim como a minha família. Vi que medicina é esse curso. É também um modo de ajudar o povo da minha casa, pretendo ser um médico que vai tratar os pacientes de uma forma mais humanizada.”

“Desde a primeira série, ele estava muito comprometido com os estudos e se destacando em sala. Ele é uma inspiração para nós, colegas e professores, um daqueles que a gente leva para sempre”, diz a professora de matemática de Adriano, Lucilene.

Custos e ajuda

Adriana posa em frente à universidade onde vai estudar medicina, em Cajazeiras — Foto: Arquivo pessoal

Apesar da aprovação, ele quase perdeu a chance de se matricular por ter dificuldade para arcar custos da viagem até o estado vizinho. No entanto, ele recebeu apoio de amigos e pessoas que se sensibilizaram com a história.

Ele vai passar a morar com colegas em uma residência universitária em Cajazeiras. Para bancar outros gastos, colegas organizaram uma vaquinha. Até 10h deste sábado (11), eles haviam arrecadado R$ 131 mil.

“Eu e todos os nossos colegas sempre tivemos o Adriano como uma inspiração pra gente, pela forma como ele é, a realidade que vivia e nunca foi de reclamar. Todos nós passamos por uma dificuldade, mas o Adriano passou por todas”, afirma Eduarda Kelly, colega de estudo de Adriana e organizadora da vaquinha.

 

Fonte: G1