Cearense vence prêmio com projeto que permite digitar no computador com o piscar de olhos

O projeto busca auxiliar pessoas que tenham alguma limitação ou impedimento na comunicação oral e foi vencedor do Prêmio de Inovação em Engenharia Biomédica para o SUS

Um dos vencedores do prêmio de inovação em engenharia biomédica para o SUS foi o cearense Paulo Victor Loureiro, que desenvolveu o projeto BLINKTALK, que visa levar formas alternativas de comunicação para pessoas que possuem algum impedimento ou limitação na comunicação oral. Os resultados dos vencedores foram divulgados no dia 9 deste mês pela Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica e pela Boston Scientific.

O Inovação em Engenharia Biomédica para o SUS busca reconhecer e estimular a produção acadêmica de projetos e trabalhos em engenharia biomédica que visem enfrentar os desafios do SUS e dos serviços públicos de saúde na América Latina.

Segundo Paulo, a ideia do projeto surgiu devido alguns de seus alunos com paralisia cerebral ou transtorno do espectro do autismo não conseguirem falar. “Buscando alguma solução para se comunicarem de forma alternativa, tentei desenvolver uma técnica de neurotecnologia não invasiva que permite escrever no computador num piscar de olhos, usando ondas cerebrais”, explica Paulo.

O projeto desenvolvido por Paulo tem a possibilidade de ajudar pessoas que não falam ou que possuam alguma limitação na comunicação oral, incluindo pessoas com paralisia cerebral ou com perturbação do espectro do autismo. Também pode ajudar pessoas que estão em situação grave de Covid e que necessitam do uso de respiradores, ventilação mecânica, entubados ou traqueostomizados.

“Fico muito honrado e entusiasmado com a perspectiva de poder permitir que pessoas com alguma limitação ou comprometimento na comunicação oral que utilizam o SUS se comuniquem de forma eficaz com seus familiares e equipes de saúde. Isto ajudaria decisivamente na melhoria dos serviços de saúde pública e consequentemente na melhoria da qualidade de vida dos seus beneficiários”, avalia Paulo.

“Fico muito honrado e entusiasmado com a perspectiva de poder permitir que pessoas com alguma limitação ou comprometimento na comunicação oral que utilizam o SUS se comuniquem de forma eficaz com seus familiares e equipes de saúde. Isto ajudaria decisivamente na melhoria dos serviços de saúde pública e consequentemente na melhoria da qualidade de vida dos seus beneficiários”, avalia Paulo.

O projeto foi realizado por meio da pesquisa de doutorado de Paulo na Universidade Federal do Ceará (UFC). A ideia é utilizar tecnologia como mediação para a emancipação humana, no sentido de dar autonomia à vida, permitindo a promoção da inclusão social.

Como o projeto BLINKTALK funciona na prática

Segundo Paulo, foram realizadas pesquisas que levaram ao desenvolvimento de um sistema com um eletroencefalograma portátil colocado na cabeça do aluno, para permitir a leitura das ondas cerebrais. O controle do computador é possível por meio de uma interface cérebro-máquina que Paulo desenvolveu.

“A interface possui um teclado virtual com possibilidade de escolher letras, palavras ou símbolos gráficos para expressar suas necessidades ou sentimentos. Para escolher os ícones do teclado virtual, basta o aluno aguardar que um cursor que se move em velocidade programada chegue até a letra, palavra ou símbolo gráfico, para que num piscar de olhos ele possa clicar nele e começar”, informa Paulo.

Para os próximos passos, Paulo destaca que com a premiação pretende fazer com que sua startup se estabeleça no mercado de soluções inovadoras na área de Neurotecnologia.

Desta forma, busca captar potenciais investimentos para o projeto BLINKTALK e tantos outros que possuem interface cérebro-máquina, visando a neurorreabilitação e a comunicação de pessoas com deficiência.

Fonte: Opovo

Fonte: Opovo