O senador Cid Gomes (PSB-CE) afastou a possibilidade de apoiar o irmão, Ciro Gomes (PDT), se ele for candidato ao governo estadual em 2026. Em entrevista em Várzea Alegre (CE) no sábado, 23, Cid afirmou que não se imagina no mesmo campo que Capitão Wagner (União-CE) e o deputado federal André Fernandes (PL-CE), possíveis aliados do pedetista na eventual disputa no Estado.
“Eu não consigo me imaginar ao lado do Capitão Wagner, não consigo me ver desse lado”, completou sobre o segundo colocado nas eleições de 2022 no Estado.
Cid deve continuar apoiando o atual governador Elmano de Freitas (PT), embora tenha feito ressalvas à gestão petista. No ano passado, cogitou-se o rompimento entre Cid e o PT, mas a aliança foi mantida.
O senador afirmou que prefere tratar suas discordâncias do governo estadual petista de forma privada. “Roupa suja a gente lava em casa, eu procuro fazer assim. Faço as minhas reclamações dentro de casa, mas o natural para mim é permanecer onde eu estou”, disse.
“Mudar para ter uma condição diferente, muito bem, mas mudar para se juntar ao que a gente sempre colocou como gente que tem feito mal ao Ceará, para mim não faz sentido”, afirmou, referindo-se ao irmão.
O parlamentar também se direcionou a Ciro Gomes ao explicar por que sua resposta sobre as eleições havia ficado “muito longa”. “É porque é meu irmão e eu devo a ti essa satisfação, Ciro. Você que está mudando de rumo”, disse.
Na última semana, Ciro esteve no evento que selou a federação partidária União Progressista, entre o União e o PP. O ex-governador do Ceará e ex-ministro defendeu uma união “da centro-esquerda à centro-direita, para nós tirarmos o Brasil deste desastre”, fazendo alusão ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele também participou de jantar promovido pelo presidente do União Brasil, Antonio Rueda, que foi considerado uma espécie de pacto em torno da eventual candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao Palácio do Planalto.
Em maio, o ex-ministro e ex-governador do Ceará se reuniu com lideranças bolsonaristas do PL, do União Brasil e do PP no Estado para pensar aliança contra o PT em 2026. Entre elas, o deputado estadual Alcides Fernandes (PL), pai do deputado federal André Fernandes – tido como um dos principais defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Câmara.
Fonte: Estadão
