Cid Gomes tenta blindar candidato ao governo de críticas à atual gestão

Convenção da base aliada a Cid Gomes homologou a candidatura de Camilo Santana ao governo. Cid fez questão de desvincular o petista por erros da atual gestão estadual
No primeiro discurso em defesa de seu escolhido para a disputa pela sucessão, o governador Cid Gomes (Pros) tentou blindar Camilo Santana (PT) de ser alvo de críticas ao afirmar que o petista “não tem nenhum compromisso com as falhas” do Governo Cid. Camilo foi oficializado como candidato da coligação que une Pros, PT e outros 17 partidos durante convenção realizada na manhã de ontem, no ginásio da faculdade Ari de Sá.
Cid Gomes e Camilo Santana foram levados nos ombros de correligionários, em meio à multidão, até o palanque da convenção, e oficializaram a parceria. A escolha de Camilo foi anunciada no último sábado, após meses de especulações que focavam em cinco pré-candidatos do Pros.
Com receio de que críticas a falhas de seu governo reflitam na imagem do petista durante a campanha eleitoral, Cid se esforçou para desvincular a imagem de ambos. “Qualquer erro, qualquer dificuldade, qualquer falha, eu assumo como responsabilidade minha”, disse Cid. “Camilo tem toda liberdade e autonomia para fazer o que precisa ser feito”, ressaltou.
Discurso
Camilo Santana discursou pela primeira vez como candidato ao Governo do Estado, destacando os feitos da atual gestão, como a criação de escolas de tempo integral. Ele destacou o apoio de Lula e Dilma à chapa cearense e disse que a escolha de seu nome não se trata de um projeto pessoal. 
Após a solenidade, o petista fez críticas à saída do PMDB da aliança. “Gostaríamos que o PMDB estivesse (no grupo). É um projeto, não é uma escolha pessoal. Quem deixou essa aliança foi o PMDB”, disse Camilo.
Cid Gomes evitou relacionar a aliança do PMDB com o PSDB como fator importante para a escolha por um nome petista em detrimento dos pré-candidatos do Pros. “Foi um conjunto grande de fatores, nós não tínhamos no Pros um candidato natural”, disse o governador. Já Ciro Gomes afirmou que Eunício estabeleceu uma linha divisória ao ser unir aos tucanos.
“Tivemos toda delicadeza, até o limite, para que não fôssemos nós o pretexto que talvez o Eunício quisesse para se juntar à turma dele porque ele é um reacionário. Na medida em que ele virou, facilitou a nossa vida”, disse Ciro.
Apesar de o nome de Camilo ter sido definido horas antes da convenção, o evento estampava painéis em que Camilo aparecia ao lado de Cid, do ex-ministro Ciro Gomes, do prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula. As cores no evento misturavam o verde e laranja do Pros ao vermelho e branco do PT, mas nas faixas pró-Camilo predominavam as cores do partido do governador.

Jonas Deison (Sobral Online), com informações  do Jornal O Povo