Colômbia tem madrugada marcada por protestos, e manifestantes falam em ‘massacre’

Atos contra a proposta de reforma tributária apresentada pelo presidente colombiano, Iván Duque, acabaram em confronto entre manifestantes e forças de segurança em Cali, terceira cidade mais populosa da Colômbia, no 6º dia seguido de protestos nacionais. Entre a noite de segunda-feira, 3, e a madrugada desta terça, 4, denúncias de violência policial e execução de manifestantes se espalharam pelas redes sociais, provocando uma reação formal do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em Genebra.

A ONU condenou o “uso excessivo da força” na Colômbia contra as manifestações. “Estamos profundamente alarmados pelos acontecimentos ocorridos na cidade de Cali, na Colômbia, na noite passada, quando a polícia abriu fogo contra os manifestantes que protestavam contra a reforma tributária, matando e ferindo várias pessoas, segundo a informação recebida”, declarou Marta Hurtado, porta-voz do escritório suíço. 

Manifestantes protestam contra projeto de reforma tributária na Colômbia.
Manifestantes protestam contra projeto de reforma tributária na Colômbia. Foto: EFE/ Carlos Ortega

Hurtado também fez um apelo por “calma” antes do início da nova jornada de protestos, prevista para a quarta-feira, 5. “Nosso escritóriona Colômbia está trabalhando para verificar o número exato de vítimas e estabelecer as circunstâncias desses terriveis incidentes em Cali.”

No total, 18 civis e um policial morreram desde o início dos protestos contra a reforma tributária, em 28 de abril, segundo balanço da Defensoria do Povo. O Ministério da Defesa divulgou, por sua vez, 846 feridos, entre eles 306 civis. 

Durante a madrugada de terça-feira, os termos “Colômbia” e “#SOSColombia” chegaram aos trending topics do Twitter, conforme usuários compartilhavam cenas de violência policial nas ruas de Cali. Um dos vídeos, compartilhado pelo jornalista americano Dan Cohen, supostamente mostra um policial executando um civil que caminhava pela calçada. Outros perfis na rede denunciaram brutalidade policial contra manifestantes, e acusaram o governo de estar promovendo um “massacre” no país.