Coluna: Conversando com a mãe Dilma, por Silveira Rocha

Olá mãe Dilma, como está a senhora? Acredito que esteja mesmo cansada, pois esse leilão do pré-sal deu muito trabalho, né? Mãe, eu estou doido para saber logo de uma coisa: esse pré-sal que a senhora levou a leilão é o mesmo que a senhora, na sua campanha de presidente, em 2010, acusava o PSDB de querer privatizar? Ave, como as coisas mudam. Meu avô dizia que aquilo que ainda não é, é o que está para ser.

Esquente não mãe, o povo não sabe o que é pré-sal. A maioria dos brasileiros só entende de pressão alta, má digestão, enxaqueca, difuluço, dordói, caxumba… Coisas desse tipo. Um tucano raivoso veio me dizer que o Brasil estava virando uma quermesse, e que não iriam faltar leilões. Eu achei foi bom, pois adoro leilões. Fiquei imaginando a senhora gritando um: quanto me dá numa bacia cheia de petróleo? Quem quer levar um aeroporto, um porto com maré, uma rodovia esburacada, uma ferrovia sem fim, um rio sem água, ou um estádio com uma seleção e um Felipão?
Mãe, eu tiro o chapéu para senhora, que conseguiu vender um produto que está há mais de sete mil metros de profundidade, e que levará mais de cinco anos para aparecer. Com esse seu papo, a senhora acaba superando o Edir Macedo, vendendo terrenos no Céu, pregos de duas cabeças e cesto de carregar água.
Oba mãe! Agora que a senhora vendeu o pré-sal, nós vamos ter mesmo educação de primeiro mundo e demorar mais a morrer, né? Ah, ainda vai demorar um pouco? Que não seja de primeiro mundo, mas de segundo ou terceiro, pode ser? Não senhora. Nem pense em usar esse dinheiro para se reeleger. O padrinho já disse que vai ajudar a senhora. Portanto, deixe o dinheiro do pré-sal quieto.
Mãe, com esse dinheiro do pré-sal não dá para melhorar o salário dos trabalhadores, as aposentadorias e as pensões? É mesmo mãe, se essa gente ganhar mais fica importante e nem vai mais querer votar. Eu se fosse a senhora diria que tudo vai melhorar. Diga que vamos voltar ao tempo em que corrente de cachorro era feita de linguiça da Friboi, que professor ganhava mais que doutor e que se podia distinguir homem de mulher.
Sim mãe, eu encontrei a pessoa certa para cuidar da nossa economia. Eu não sei direito quem é ele, mas sei que é bispo alemão. Mãe, ele gastou, somente na reforma da casa paroquial, quase R$ 100 milhões. Traz o homem para cá mãe. Ele será ideal para administrar as despesas com a Copa do Mundo. Sim ele está desocupado. Foi demitido pelo Papa.

Até a próxima mãe Dilma

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