Com políticas públicas para o setor, Ceará se destaca como polo produtor de flores no Brasil

O Ceará se tornou o terceiro maior estado na oferta de produtos de floricultura do país nas últimas duas décadas. O bom desempenho, de acordo com o governo local, é resultado de investimentos no setor e da identificação de microclimas favoráveis às culturas.

De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período entre 2006 e 2017, o número de produtores locais saltou de 295 para 730, crescimento de 148% da cadeia produtiva. As diversas espécies de flores produzidas abastecem as floriculturas de Fortaleza e o mercado externo.

Para o secretário-executivo de Agronegócio da Secretaria do Desenvolvimento do Trabalho (Sedet), Silvio Carlos Ribeiro, o crescimento se deve tanto ao desempenho da economia quanto aos investimentos locais. “A demanda externa e interna aquecida, o microclima favorável e a gestão governamental fizeram com que o Ceará iniciasse sua produção naquela época com uma inserção forte nas exportações”, conta em entrevista ao site oficial do governo do estado.

Dentre as iniciativas do governo para alavancar a produção de flores e atração de produtores, estavam a implementação dos programas “Cearense de Agricultura Irrigada” e “Desenvolvimento do Agronegócio da Floricultura”, além da contratação de consultores estrangeiros para qualificar os floricultores sobre técnicas de cultivo mais adequadas. Outros projetos também passaram a auxiliar a cadeia, como Escola de Floricultura do Ceará (Tecflores), Centro Agroflores de Inovação Tecnológica, Projeto Florescer, Produção de Cactus no Semiárido, Flores Tropicais e Projeto Caminhos de Israel de Flores.

O Ceará possui seis polos produtores de flores, sendo o maior deles o da Serra da Ibiapaba, por contar com fatores geográficos favoráveis. Clima tropical úmido, altitude de 900 metros em relação ao nível do mar e temperatura média anual de 21°C são pontos positivos para o cultivo de flores. Quase três mil horas de sol por ano, ausência de granizo e geadas e a proximidade com a Linha do Equador também contribuem.

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Crédito: Tiago Stille

Atualmente, os jovens da região já contam com a Escola de Flores do Ceará (Tecflores), espaço criado para desenvolver e socializar o conhecimento sobre o cultivo de flores e plantas ornamentais no estado. A instituição oferta, anualmente, um curso gratuito para jovens da comunidade com idade entre 18 e 25 anos. São 192 horas/aula divididas em 17 módulos e estágio profissional. As disciplinas abordam temas como Introdução à Floricultura, Produção de Flores Temperadas de Corte, Produção de Rosas, Produção de Folhagens Ornamentais, Agricultura Orgânica, Economia Solidária, Segurança do Trabalho, dentre outros