Conduta de policiais é investigada após suspeito de matar criança ser linchado e morto por moradores em PE

Antônio Lopes Severo, de 42 anos, foi retirado de dentro da viatura durante sua transferência para a delegacia local e agredido pela multidão

Um homem foi linchado até a morte por um grupo de moradores após ser preso por suspeita de violentar e matar uma criança de dois anos, em Tabira, no Sertão de Pernambuco. Antônio Lopes Severo, de 42 anos, foi retirado de dentro da viatura durante sua transferência para a delegacia local e agredido pela multidão, nesta terça-feira (18).

Em nota enviada ao GLOBO, a Polícia Civil de Pernambuco informou que a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social, “ao tomar conhecimento da ocorrência de linchamento, após retirada do suspeito de homicídio de dentro de uma viatura policial, instaurou uma investigação preliminar para apurar a conduta dos policiais.

Em vídeos divulgados nas redes sociais, é possível ver dezenas de pessoas cercando a viatura da polícia. Eles conseguem abrir a parte de trás do carro, onde estavam Antônio e sua companheira, Giselda da Silva Andrade, também suspeita no crime, e desferem socos e chutes no suspeito.

Antônio chegou a ser socorrido, mas morreu na unidade hospitalar. Giselda também foi agredida e enviada ao hospital. Seu estado de saúde não foi divulgado. Ela também passou por audiência de custódia e foi levada para uma unidade prisional.

Os dois são suspeitos de violentar e matar o menino Arthur Ramos Nascimento, de 2 anos, no último dia 16. Geovana Ramos, mãe da criança, disse que deixou o filho com o casal para trabalhar. Arthur chegou a ser levado para um hospital de Tabira, com lesões por diversas partes do corpo, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Não há informações sobre quem levou o menino ao hospital.

— O corpo foi periciado e estamos aguardando o laudo. A mãe estava em outro estado. Não tem envolvimento no crime —afirmou a delegada Joedna Soares ao g1.

De acordo com a polícia, a prisão dos suspeitos ocorreu na zona rural de Carnaíba. Eles foram conduzidos sob custódia, por um comboio policial, para a Delegacia de Polícia de Tabira, responsável pela investigação do caso.

Fonte: O Globo

Fonte: O Globo